
Analisar o perfil epidemiológico do mieloma múltiplo e outras neoplasias malignas de plasmócitos apresentado no sudeste do Brasil em pacientes acima de 60 anos de ambos os sexos.
Material e métodosEstudo transversal, descritivo e com abordagem quantitativa. A coleta de dados foi realizada por meio do sistema do DATASUS, com análise dos óbitos e casos de mieloma múltiplo e outras neoplasias malignas de plasmócitos em residentes da região sudeste do Brasil de ambos os sexos, com 60 anos ou mais.
ResultadosO número total de casos diagnosticados entre os pacientes foi de 5.845, com um aumento gradual no tempo analisado, obtendo uma maior prevalência no ano de 2022 (1.584 casos), enquanto a quantidade de óbitos no mesmo período foi de 7.259, com grande parte ocorrendo em 2022 (21,28% dos falecimentos), em um movimento semelhante de evolução pelos anos. A maior parte dos diagnósticos foi em pacientes da faixa etária de 60 a 69 anos (52,03%), ao passo em que os índices de mortalidade foram maiores em relação à faixa etária de 70 a 79 anos (37,2% dos casos). Ademais, observou-se que o número de diagnósticos relacionados aos dois sexos é bem próximo quando comparados, com uma ligeira maioria de pacientes acometidos do sexo masculino (2.991 dos casos), em contraste com os 2.854 relacionados ao sexo feminino, sendo que a mortalidade também segue este mesmo padrão de maioria nos homens (50,17% dos falecimentos) em comparação com as mulheres (49,83%).
DiscussãoO mieloma múltiplo destaca-se como a segunda neoplasia hematológica mais incidente e afeta como grupo principal a população idosa. Com o aumento da expectativa de vida observada no Brasil, há também o aumento de casos de neoplasias e mortalidade associada que abalam tal grupo populacional, o que demonstra a importância de se realizar pesquisas que analisem o perfil do mieloma na população idosa, principalmente no que tange à região sudeste, por ser a mais populosa do país, de forma a garantir dados que mensurem o impacto dessa questão hematológica no sistema de saúde. A partir dos dados obtidos pelo DATASUS, observou-se uma crescente gradual de números de diagnósticos e mortalidade relacionados à questão de saúde discutida durante o período analisado. Além disso, houve a observação de um padrão de concentração de casos em pacientes do sexo masculino, de 60 a 69 anos, enquanto o perfil de mortalidade também se concentrou em pacientes do sexo masculino, porém na faixa etária superior de 70 a 79 anos. Ambos os perfis e a questão de aumento gradual de casos e óbitos foram vistos por pesquisas epidemiológicas brasileiras prévias, o que corrobora as informações obtidas pelo estudo.
ConclusãoA partir dos resultados da pesquisa e perfis construídos de populações mais afetadas por essa grande questão de saúde pública, aliado à percepção do aumento no número de casos e falecimentos, há a atualização de dados importantes que auxiliam no entendimento da doença. Tal pesquisa também gera material para que possíveis intervenções de saúde pública em relação à prevenção e tratamento dessa doença possam ser realizadas de maneira mais direcionada.