HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosO linfoma não Hodgkin (LNH) é um tipo de câncer que tem origem no sistema linfático e engloba mais de 50 subtipos diferentes que se originam nas células brancas do sangue, os linfócitos. Pode se desenvolver em todas as áreas do corpo que possuem tecido linfático e acometer crianças, adolescentes e adultos. Em geral, o LNH é comumente associado ao envelhecimento.
ObjetivosCompreender o perfil epidemiológico do linfoma não Hodgkin no Brasil e no mundo.
Material e métodosTrata-se de um estudo descritivo baseado em dados secundários advindos de duas fontes oficiais: GLOBOCAN 2022 (International Agency for Research on Cancer) e Estimativa 2023 – Incidência de Câncer no Brasil (INCA). Foram extraídas informações sobre número absoluto de casos e óbitos, taxas padronizadas por idade (ASR) e ranking de incidência, considerando ambos os sexos.
Discussão e conclusãoMundialmente, o LNH é o 10º tipo de câncer mais incidente, com 553.389 novos casos por ano e taxa padronizada por idade de 5,6/100 mil habitantes. A mortalidade global é de 250.679 óbitos/ano e a prevalência, em 5 anos, é estimada em 1,74 milhão de casos. A maior carga absoluta ocorre na Ásia, seguida por Europa e América do Norte. No Brasil, a doença está entre os 15 cânceres mais frequentes, com aproximadamente 5.126 óbitos anuais. As maiores taxas padronizadas ocorrem no Centro-Oeste (7,63 H; 6,61 M), Sul (7,54 H; 6,28 M) e Sudeste (6,24 H; 5,61 M), enquanto que as menores estão no Norte e Nordeste. Os subtipos mais comuns no mundo permanecem o linfoma difuso de grandes células B e o linfoma folicular. As distinções encontradas no perfil epidemiológico do LNH espelham a influência conjunta de condições socioeconômicas, ambientais e estruturais. No Brasil, a concentração de taxas maiores nas regiões mais desenvolvidas associam-se, para além dos fatores de risco ambientais e ocupacionais, à maior distribuição de serviços oncológicos, sejam estes relacionados ao tratamento, rastreamento ou diagnóstico. A análise comparativa entre diferentes cenários ressalta a urgência não só de ampliar e qualificar registros populacionais, como também de adequar metodologias de coleta de dados a fim de viabilizar comparações sólidas e fundamentar decisões estratégicas. O LNH apresenta uma perspectiva epidemiológica complexa e um desafio para a saúde pública apresentando distribuição díspar entre regiões. Reconhecer esses aspectos é crucial para refinar estratégias de rastreamento, diagnóstico precoce e alocação efetiva de recursos. Investir na ampliação do monitoramento, do acesso aos serviços especializados e na melhoria de registros é fundamental para diminuir a morbilidade e melhorar o cuidado dispensado aos pacientes.




