
As doenças mieloproliferativas são distúrbios do sangue que resultam em um crescimento e acúmulo anormais de células sanguíneas no sangue e na medula óssea. Compreender os dados epidemiológicos dessas doenças é essencial para a implementação de estratégias e programas de saúde pública
ObjetivoO objetivo principal foi delinear o perfil epidemiológico de 45 pacientes diagnosticados com doenças mieloproliferativas crônicas acompanhados no serviço de Hematologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro/EBSERH.
Materiais e métodosTrata-se de um estudo observacional, quantitativo, descritivo e analítico. Foram avaliados, retrospectivamente, 45 prontuários médicos on-line de adultos do serviço de Hematologia do HC-EBSERH/UFTM, considerando fatores como sexo, idade, estado civil, cor, tempo de acompanhamento e medicamentos em uso.
ResultadosEm relação aos diagnósticos, houve uma predominância de Leucemia Mieloide Crônica (66,6%), seguida por Trombocitemia Essencial (22,2%) e Policitemia Vera (11,1%). Houve uma leve predominância masculina (60%), exceto para TE, que foram mais comuns em mulheres (80%). A média de idade foi de 61 anos (60,55 anos), com maior concentração nas faixas de 51-70 anos (44,4%) e 53,3% acima de 60 anos. Pacientes não brancos representaram 51,1%, sendo LMC mais comuns nesse grupo, enquanto PV foi mais prevalente entre brancos. Quanto ao estado civil, 46,6% dos pacientes eram solteiros. O maior tempo de acompanhamento foi de 11 anos. O tratamento principal, na LMC, foi o Imatinibe (66,6%), seguido pelo Dasatinibe e Nilotinibe. Na PV e TE, o tratamento foi Hidroxiureia associada ao AAS ou à Rivaroxabana.
DiscussãoOs resultados mostram que LMC é mais prevalente entre os pacientes estudados, seguido por TE e PV. A ligeira predominância masculina em LMC e PV são consistentes com a literatura. Já no caso da TE, o resultado de maior incidência em mulheres foi condizente com a literatura. A distribuição etária dos pacientes está de acordo com a literatura, sendo o envelhecimento o principal fator de risco para a maioria das neoplasias hematológicas crônicas. A análise da distribuição de cor revelou que 51,1% dos pacientes eram não brancos e 48,8% brancos. A LMC foi ligeiramente mais comum entre pacientes não brancos, enquanto a PV foi um pouco mais prevalente entre brancos. A literatura indica que a prevalência dessas doenças pode variar entre diferentes grupos em relação a cor, por apresentarem variações de incidência baseadas em fatores genéticos e ambientais. A variabilidade do tempo de acompanhamento dos pacientes, reflete as diferentes fases e a cronicidade dessas doenças e a necessidade de monitoramento contínuo. No que tange aos padrões de tratamento instituído aos pacientes, estes estão em conformidade com as diretrizes clínicas atuais, refletindo práticas terapêuticas estabelecidas, e disponibilidade destas no sistema único de saúde.
ConclusãoEste estudo contribuiu para o entendimento das características epidemiológicas dessas doenças, oferecendo uma base para futuras intervenções e políticas de saúde.