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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 2591
Acesso de texto completo
PERFIL DOS PACIENTES QUE COLETARAM SANGUE TOTAL PARA A PRODUÇÃO DE COLÍRIO DE SORO AUTÓLOGO NO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE
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PT Barreto, TA Polo, K Kleber, KL Cruz, TSF de Souza, IC Freitas, CB da Rosa, RC Breunig, L Sekine
Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre, RS, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

Desde outubro de 2017, o colírio de soro autólogo (CSA) é reconhecido pelo Conselho Federal de Medicina como um produto terapêutico indicado para uso em procedimentos médicos. Em 2018, a Anvisa publicou a Nota Técnica n° 03/2018, regulamentando sua produção. No Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), a produção do CSA foi iniciada em 2021, por meio de uma parceria entre os Serviços de Hemoterapia e Oftalmologia. Produzido a partir do sangue total autólogo, o CSA contém vitaminas, proteínas e fatores de crescimento que contribuem para a regeneração da superfície ocular, sendo indicado especialmente para casos graves de olho seco refratário ao tratamento convencional. Esta condição impacta significativamente a visão e a qualidade de vida dos pacientes.

Objetivos

Analisar o perfil clínico-epidemiológico dos pacientes que realizam coleta de sangue total para produção de CSA no HCPA entre 2021 e 2025.

Material e métodos

Estudo retrospectivo com análise das coletas realizadas de maio de 2021 a abril de 2025. As variáveis avaliadas foram: sexo, idade, região de origem, pressão arterial (sistólica e diastólica), hemoglobina, peso, altura, tipagem sanguínea (ABO e Rh) e doença de base.

Resultados

Foram registradas 151 doações, com apenas uma coleta interrompida. Das 150 coletas efetivadas, 52 foram doações de repetição. A maioria foi realizada por paciente do sexo feminino (n=105). A média de idade foi de 57,5 ± 14,5 anos (variando de 17 a 91 anos), com pacientes provenientes de 13 estados brasileiros e do Distrito Federal. Durante a triagem clínica, a média da pressão arterial sistólica foi de 128,9 ± 17,8 mmHg, e a diastólica, 70,1 ± 10,7 mmHg. A hemoglobina média foi de 13,7 ± 1,1 g/dL. O peso médio foi de 71,1 ± 14,3 kg (38-105 kg), e a altura média de 1,67 ± 0,09 m. A distribuição sanguínea observada foi: O+ (38,8%), A+ (34,7%), B+ (8,2%), AB+ (3,1%), O- (7,1%), A- (6,1%) e AB- (2%); não houve doações de indivíduos B-. As principais doenças de base identificadas foram olho seco severo, síndrome de Sjögren, síndrome de Stevens-Johnson, transplante de córnea e doença do enxerto contra o hospedeiro.

Discussão e conclusão

O HCPA é o único centro que produz o CSA a partir de uma coleta de grande volume de sangue total, permitindo um tratamento com duração de 4 a 9 meses, dependendo do volume coletado no dia. Tal característica pode justificar os 35% de retorno. Em relação às tipagens sanguíneas, apresentaram-se similares as que se observa na população brasileira. Como o esperado, as principais doenças de base são as que provocam secura nos olhos que é a indicação majoritária do uso do CSA. Os dados evidenciam que o serviço de produção de CSA tem alcance nacional, sendo referência para pacientes de diversas regiões do país. A elevada taxa de doações de repetição sugere eficácia terapêutica percebida pelos pacientes e boa adesão ao tratamento, mesmo diante de custos financeiros e da necessidade de coleta autóloga.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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