
Analisar de forma comparativa os aspectos relativos aos gastos referentes a saúde para o tratamento de pacientes hospitalizados com doença de Hodgkin no estado do Piauí.
Materiais e métodosO estudo ecológico é de caráter descritivo e retrospectivo. Sendo utilizado os dados fornecidos pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) na seção do Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). As informações analisadas foram: o perfil de internações pelo linfoma de Hodgkin, total de internações, os gastos hospitalares das internações, a média do tempo de permanência dos pacientes, além do número de óbitos no período entre janeiro 2017 e maio de 2022. Para melhor organização destes dados, os mesmos foram agrupados no aplicativo Microsoft Excel®, onde se realizou a análise estatística descritiva e a frequência absoluta junto a relativa.
ResultadosNo intervalo de 2017 a 2021, houve uma queda no número de internações de 37,3% (94 em 2017 e 59 em 2021). De forma simultânea, se observou variações dos gastos hospitalares das internações: de 2017 a 2019 reduziu-se cerca de 27% (R$ 94.605,98 em 2017 e R$ 68.994,17 em 2019), em 2020 (período da pandemia da COVID-19) aumentou cerca de 38,7% em relação ao ano anterior (R$ 95.706,10 em 2020), decaindo 5,8% em 2021 (R$ 90.120,19), seguido de um aumento aproximado de 12% até maio de 2022 (R$ 100.903,05). Além disso, em relação ao período médio de permanência dos pacientes entre janeiro de 2018 a maio de 2022, se evidenciou um prolongamento: 4,8 dias em 2018; 5,2 em 2019; 6,5 em 2020; 6 em 2021 e 7,9 até maio de 2022. Por fim, analisando o número de óbitos, o ano de 2017 apresentou o maior número de óbitos (8 mortes), discrepando do que foi observado em 2020 (período de pandemia de COVID-19) com notificação de apenas uma morte (redução de 25% em relação a 2019 - 4 mortes).
DiscussãoObserva-se que o número de internações no estado do Piauí está inversamente proporcional ao valor total das despesas (aumento dos gastos com a diminuição de internações), tendo em vista que a média de permanência nos hospitais vem aumentando. Durante a pandemia da COVID-19, os valores totais dos custos foram significativos, podendo suspeitar de uma maior gravidade do quadro clínico nos pacientes com linfoma de Hodgkin pela imunossupressão, necessitando de maiores suportes. Os óbitos apresentaram uma tendência decrescente, principalmente durante o período da pandemia, na qual muitos casos podem ter sido subnotificados.
ConclusãoDessa forma, a partir desta pesquisa descritiva, é possível concluir que os hospitais tiveram um gasto maior com o passar dos anos, bem como um aumento da média de permanência dos pacientes. Além disso, infere-se que a pandemia da COVID-19 contribuiu para que esses gastos crescessem de forma exponencial.