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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S1145 (outubro 2024)
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PERFIL DE ÓBITO POR LEUCEMIA MIELÓIDE AGUDA NOS ÚLTIMOS 10 ANOS NO BRASIL
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MFGM Fernandesa, CM Lucinia, IM Almeidaa, LM Pinheiroa, FB Fernandesb,c
a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Porto Alegre, RS, Brasil
b Laboratório de Hematologia Zanol, Porto Alegre, RS, Brasil
c Hospital Moinhos de Vento (HMV), Porto Alegre, RS, Brasil
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Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

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Objetivos

Descrever o perfil epidemiológico dos pacientes que faleceram em decorrência da leucemia mielóide aguda (LMA) no Brasil entre 2014 e 2023.

Materiais e métodos

Estudo ecológico observacional em que se utilizou uma análise de série temporal. A revisão foi realizada em uma base de dados de domínio público, utilizando o sistema Departamento de Análise de Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis (DASNT), abrangendo o período de janeiro de 2014 a dezembro de 2023. Para analisar os óbitos decorrentes da leucemia mielóide aguda (CID 10: C92) foram avaliadas as seguintes variáveis: número de óbitos por LMA, região geográfica de ocorrência, grupo etário, raça e sexo. Todos os dados foram armazenados em uma planilha Excel e as descrições das variáveis foram realizadas por meio da análise de frequências absolutas e relativas.

Resultados

No Brasil, entre 2014 e 2023, foram registrados 23.783 óbitos por LMA, com média de 2.378,3 óbitos por ano, com aumento de 23,45% ao compararmos o ano final ao inicial. Os anos de 2020, 2021 e 2022 foram os anos com menor número de óbitos, apresentando uma diminuição de 9,7% em relação aos três anos anteriores. O ano de 2023 foi o ano com maior número de óbitos, totalizando 2.711, o que representa um aumento de 20,7% comparado ao ano anterior. Observando o total de óbitos, 51,49% (n = 12.247) eram do sexo masculino e 48,51% do sexo feminino (n = 11.535). Considerando as faixas etárias, os indivíduos mais afetados eram idosos, com pico na faixa etária de 60 a 69 anos, com 20,16% (n = 4.796), e seguidos pela de 70 a 79 anos, com 20,11% (n = 4.784). Ademais, as faixas etárias de 50 a 59 anos e de mais de 80 anos agrupam porcentagem significativas de óbitos, com 13,53% (n = 3.218) e com 14,24% (n = 3.387), respectivamente. Sobre cor, 61,59% dos óbitos (n = 14.649) ocorreram em pacientes brancos, seguidos por 29,17% (n = 6.939) em pardos e 5,46% (n = 1.300) em pretos. Em relação à região, o Sudeste apresentou a maior taxa de óbitos, com 49,65% (n = 11.810), seguido pelo Nordeste, com 20,57% (n = 4.893), e pelo Sul, com 16,91% (n = 4.024). As regiões Norte e Centro-Oeste foram responsáveis por 12,84% das mortes (n = 3.056). Em relação ao total de neoplasias malignas declaradas ou presumidas como primárias dos tecidos linfáticos, hematopoético e tecidos correlatos, a LMA representou 15,37% dos óbitos no período avaliado.

Discussão

A análise detalhada do perfil dos óbitos por LMA na última década revela informações significativas sobre as características epidemiológicas dos pacientes que falecem devido a essa patologia. Nota-se um aumento progressivo no número de óbitos durante este período, embora isso não necessariamente corresponda a um aumento na taxa de mortalidade. A pandemia de COVID-19 parece ter impactado o número de óbitos, principalmente comparando ao período anterior a ela e ao aumento após o seu fim. As faixas etárias de maior risco, associadas a um maior número de óbitos, incluem majoritariamente os idosos e os adultos mais velhos. Além disso, não houve diferença significativa na distribuição entre os pacientes de ambos os sexos. Geograficamente, a região Sudeste do país concentra a maioria dos casos, refletindo a maior densidade populacional existente nessa área.

Conclusão

Portanto, os óbitos destacam a urgência de diagnósticos precoces e de avanços terapêuticos que são essenciais para reduzir a mortalidade e melhorar a qualidade de vida dos pacientes com leucemia mielóide aguda.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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