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Informação da revista
Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S1084-S1085 (outubro 2024)
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PERFIL DE ÓBITO POR LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA NOS ÚLTIMOS 10 ANOS NO BRASIL
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MFGM Fernandesa, LM Pinheiroa, CM Lucinia, IM Almeidaa, FB Fernandesb,c
a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Porto Alegre, RS, Brasil
b Laboratório de Hematologia Zanol, Porto Alegre, RS, Brasil
c Hospital Moinhos de Vento (HMV), Porto Alegre, RS, Brasil
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Este artigo faz parte de:
Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

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Objetivos

Descrever o perfil epidemiológico dos pacientes que faleceram em decorrência da leucemia linfoblástica aguda (LLA) no Brasil entre 2014 e 2023.

Materiais e métodos

Estudo ecológico observacional em que se utilizou uma análise de série temporal. A revisão foi realizada em uma base de dados de domínio público, utilizando o sistema Departamento de Análise de Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis (DASNT), abrangendo o período de janeiro de 2014 a dezembro de 2023. Para analisar os óbitos decorrentes da leucemia linfoblástica aguda (CID 10: C91) foram avaliadas as seguintes variáveis: número de óbitos por LLA, região geográfica de ocorrência, grupo etário, raça e sexo. Todos os dados foram armazenados em uma planilha Excel e as descrições das variáveis foram realizadas por meio da análise de frequências absolutas e relativas.

Resultados

No Brasil, entre 2014 e 2023, foram registrados 10.301 óbitos por LLA, com média de 1.030,1 óbitos por ano, mantendo-se sempre em uma mesma faixa de valor, com diferença de porcentagem máxima de 12,52% entre os anos em relação ao valor médio anual. Os anos de 2020 e 2021 foram os anos com menor número de óbitos, com diminuição de 13,12% em relação aos dois anos anteriores. Observando o total de óbitos, 55,49% (n = 5.716) eram do sexo masculino e 44,51% do sexo feminino (n = 4.585). Considerando as faixas etárias, os indivíduos mais afetados eram crianças, adolescentes e jovens adultos, com pico na faixa etária de 20 a 29 anos, com 13,37% (n = 1.378) e seguidos pela de 5 a 9 anos, com 11,29% (n = 1.163). Ademais, as faixas etárias de 10 a 14 anos e de 15 a 19 anos agrupam porcentagem significativas de óbitos, com 10,41% (n = 1.073) e 10,26% (n = 1.057), respectivamente. Sobre cor, 50,69% dos óbitos (n = 5.222) ocorreram em pacientes brancos, seguidos por 38,84% (n = 4.001) em pardos e 5,45% (n = 562) em pretos. Em relação à região, o Sudeste apresentou a maior taxa de óbitos, com 40,02% (n = 4.123), seguido pelo Nordeste, com 25,55% (n = 2.632), e pelo Sul, com 15,14% (n = 1.560). As regiões Norte e Centro-Oeste foram responsáveis por 19,27% das mortes (n = 1.986). Em relação ao total de neoplasias malignas declaradas ou presumidas como primárias dos tecidos linfáticos, hematopoético e tecidos correlatos, a LLA representou 6,66% dos óbitos no período avaliado.

Discussão

A análise detalhada do perfil dos óbitos por LLA na última década revela informações significativas sobre as características epidemiológicas dos pacientes que falecem devido a essa patologia. Nota-se pouca alteração no número de óbitos durante este período, embora isso não necessariamente corresponda a um decrescimento na taxa de mortalidade. A pandemia de COVID-19 parece ter impactado o número de óbitos, principalmente comparando com o período anterior a ela. A LLA parece ter uma distribuição com maior número de óbitos ainda na infância ou na juventude, o que demonstra maior risco para essa faixa etária. Além disso, observou-se uma predominância significativa entre os pacientes do sexo masculino. Geograficamente, a região Sudeste do país concentra a maioria dos casos, refletindo a maior densidade populacional existente nessa área.

Conclusão

Portanto, os óbitos destacam a urgência de diagnósticos precoces e de avanços terapêuticos que são essenciais para reduzir a mortalidade e melhorar a qualidade de vida dos pacientes com leucemia linfoblástica aguda.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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