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Informação da revista
Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S357 (outubro 2022)
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Open Access
PERFIL DE MORTALIDADE POR DOENÇAS HEMATOLÓGICAS NÃO NEOPLÁSICAS EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO ENTRE 2015 A 2020
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LC Oliveiraa, KDS Ramosa, BAC Oliveirab
a Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro, RJ, Brasil
b Hospital da Unimed Nova Friburgo, Nova Friburgo, RJ, Brasil
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Este artigo faz parte de:
Vol. 44. Núm S2
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Objetivos

Analisar os dados epidemiológicos de mortalidade por doenças hematológicas não neoplásicas em crianças e adolescentes no estado do Rio de Janeiro entre os anos de 2015 a 2020.

Material e métodos

Trata-se de um estudo descritivo e retrospectivo, com dados coletados por meio do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) da plataforma DATASUS durante os anos de 2015 a 2020. Foram coletados dados de óbitos em menores de 19 anos por anemias carenciais, anemias por transtornos enzimáticos, transtornos falciformes, anemias hemolíticas adquiridas, anemias aplásticas, coagulação intravascular disseminada, púrpura e outras afecções hemorrágicas e agranulocitose, sendo agrupadas pelo CID-10 (D50 a D75).

Resultados

Durante o período analisado foram constatados 254 óbitos por doenças hematológicas não neoplásicas em crianças e adolescentes. As principais causas de óbitos foram os transtornos falciformes, correspondendo a 23% dos óbitos, seguido por anemias aplásticas (19%) e coagulação intravascular disseminada (14%). Dentro dos transtornos falciformes, a maior prevalência dos óbitos foi entre crianças e adolescentes de cor/raça parda e preta (43% e 33%, respectivamente). A faixa etária de 15 a 19 anos apresentou o maior número de óbitos (31% do total), sendo os transtornos falciformes responsáveis por 26% desses óbitos. Outra faixa etária de destaque foi de 1 a 4 anos que apresentou 25% dos óbitos, sendo as anemias hemolíticas adquiridas a principal causa (28%). Observou-se que 54% dos óbitos acometeram o sexo masculino e 46% o sexo feminino. A região metropolitana do estado do Rio de Janeiro registrou o maior número de óbitos (74%). Destes, 95 óbitos (37%) ocorreram no município do Rio de Janeiro.

Discussão

O estudo buscou analisar as causas de mortalidade por doenças hematológicas não neoplásicas, tema pouco explorado na literatura brasileira, embora seja responsável por uma parcela significativa dos óbitos. Foi possível verificar que os transtornos falciformes são a principal causa de mortalidade em crianças e adolescentes, destacando que a faixa etária de 15 a 19 anos experimentou um maior número de óbitos e que pardos e pretos são os principais atingidos, dados semelhantes aos disponíveis na literatura. A mortalidade pelos transtornos falciformes na adolescência merece destaque, sendo necessárias abordagens específicas que busquem evitar as crises, hospitalizações recorrentes e, consequentemente, o óbito. Outra causa importante de mortalidade encontrada foi a anemia aplástica, sendo o maior número de óbitos também na adolescência. É uma doença rara caracterizada por pancitopenia associada a medula óssea hipocelular. As formas severa e muito severa requerem diagnóstico e tratamento precoce, já que a gravidade pode levar o paciente ao óbito.

Conclusão

A mortalidade por doenças hematológicas não neoplásicas representa uma parcela significativa dos óbitos em crianças e adolescentes. Os transtornos falciformes sãoos principais responsáveis pelos óbitos, principalmente no final da adolescência, dados semelhantes à literatura. É notório a necessidade de realização de mais estudos buscando evitar as principais causas de óbitos relacionadas aos transtornos falciformes e anemias aplásticas entre crianças e adolescentes.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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