
A transfusão sanguínea tem papel fundamental no atendimento dos pacientes, tendo impacto importante sobre a mortalidade. Cerca de 5% das crianças hospitalizadas recebem algum tipo de hemocomponente, e esse número vem aumentando cada vez mais.
ObjetivoAvaliar o perfil transfusional, tanto clínico quanto epidemiológico, dos pacientes atendidos pelo Grupo GSH em dois hospitais de referência pediátricos privados de São Paulo.
MétodosEstudo descritivo e retrospectivo realizado através da análise das informações em banco de dados e prontuários das transfusões realizadas, entre o período de julho de 2022 a junho de 2023, de recém nascidos à crianças até 16 anos de idade.
ResultadosDurante o período de avaliação foram realizadas transfusões em 381 pacientes, sendo 165 (43,30%) pacientes do sexo feminino e 216 (56,70%) do sexo masculino. A idade média dos pacientes que receberam transfusão foi de 4,28 anos, sendo que 87 (22,83%) casos em pacientes menores de 1 ano de idade. Foram transfundidas no total 2.250 (47,14%) unidades de hemácias em 375 pacientes, com média de 6 unidades por paciente. Foram transfundidas 1.615 (33,84%) unidades de plaquetas randômicas em 78 pacientes, com média de 20,70 unidades por paciente. Transfundimos 403 (8,44%) unidades de plaquetas por aférese em 36 pacientes, com média de 11,19 unidades por paciente. Transfundimos 255 (5,34%) unidades de plasmas frescos em 50 pacientes, com média de 5,10 unidades por paciente. Foram transfundidas 250 (5,24%) unidades de crioprecipitados em 36 pacientes, com média de 6,94 unidades por paciente. 106 pacientes (27,82%) foram transfundidos com hemácias e mais de um tipo de hemocomponente. Os diagnósticos mais prevalentes foram: 112 (29,39%) pacientes com cardiopatia congênita, 84 (22,04%) pacientes com infecções (sendo mais frequentes bronquiolites agudas e broncopneumonias), 25 (6,56%) casos de neoplasias hematológicas (sendo 18 casos de leucemia linfóide aguda, 3 casos de leucemia mieloide aguda, 3 casos de linfoma e 1 síndrome mielodisplásica), 14 (3,67%) casos de tumores sólidos (11 casos de neoplasia de sistema nervoso central, 2 casos de neoplasia renal, 1 neoplasia de fígado) e 14 casos de hemoglobinopatias (3,67%).
ConclusãoTransfusões sanguíneas são realizadas rotineiramente na população pediátrica. Desta maneira, ressalta-se a importância de conhecer o perfil epidemiológico das crianças que recebem transfusão, para identificar as doenças e comorbidades mais prevalentes, a fim de aprimorar a terapêutica de tais enfermidades e evitar transfusões desnecessárias.