
Analisar perfil clínico epidemiológico de pacientes internados na unidade de terapia intensiva.
Material e Métodosestudo realizado na Fundação HEMOPE, organização de caráter científico, educacional, assistencial vinculada à Secretaria de Saúde do Estado, possuindo referência nacional no diagnóstico laboratorial, tratamento de doenças do sangue, desenvolvimento da medicina transfusional, no apoio aos serviços de transplante de órgãos e tecidos. Oferece assistência relacionada a processos hematológicos, presta serviços ambulatoriais, pronto-atendimento, unidade de internação com sessenta leitos, atendimento odontológico, fisioterapia e psicológico. A unidade de terapia intensiva é composta por quatro leitos com uma equipe multidisciplinar. Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo de abordagem quantitativa, delineamento transversal, retrospectivo de março de 2020 a março de 2022. A coleta se efetivou através de análise documental, com dados secundários referente aos internamentos de pacientes onco-hematológicos, internados na unidade de terapia intensiva do hospital da Fundação HEMOPE. Baseados nos registros de admissões e altas da unidade.
ResultadosForam analisadas procedência, tempo de permanência, diagnósticos, idade, sexo e motivo da alta. Baseados nos registros de admissões e altas da unidade.No período analisado, foram registrados 169 internações, sendo 93 do sexo masculino e 76 femenino, procedentes da enfermaria, em seguida do SPA, com prevalência de diagnóstico para Leucemia Mieloide Aguda e Leucemia Mieloide Crônica, Leucemia Linfóide Crônica e Anemias. A maioria dos pacientes apresentaram o tempo de permanência entre 0-16 dias e do total de pacientes 89 (52,66%) foram a óbitos e a faixa etária prevalente estava entre 21 - 41 anos e 62 a 82 anos.
DiscussãoOs pontos relevantes para as altas taxas de mortalidade, podemos citar a falha na cobertura dos usuários do SUS, resultando no retardo do diagnóstico precoce, dificultando o tratamento. Considerando que muitos usuários ao chegar nas emergências já em estado grave, se faz necessário planejamento estratégico, trabalho intenso na conscientização para a adesão ao tratamento o quanto antes, promovendo educação à saúde com equipes multidisciplinares; a demora para admitir falta de leitos no setor público; longa duração nos leitos, deixando mais suscetíveis a eventos adversos. O cenário da unidade de terapia intensiva é de pacientes graves, que necessitam de cuidados intensivos e profissionais especializados em onco/hematologia que sejam capacitados para oferecer condutas clínicas e tratamentos coerentes, assim como, saber lidar com os familiares em relação ao prognóstico de vida do paciente. Constata-se que a predominância de ocupação dos leitos é do público masculino, sendo este de 55,02% e 44,97% do público feminino.
ConclusãoA realidade relatada é representada como “um lugar para morrer”, faz necessário refletir e identificar os priores das transferências, deste modo tenha um papel fundamental no tratamento e recuperação das intercorrências infecciosas e complicações relacionadas às doenças hematológicas. Para isso, o paciente precisa além dos cuidados intensivos, mais precisão nas decisões da equipe multidisciplinar e mais conhecimentos específicos.