HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosApesar do desenvolvimento terapêutico em pacientes com leucemia promielocítica aguda, os dados de mundo real têm demonstrado taxas de respostas inferiores aos estudos prospectivos. No Sistema Publico de Saúde o trioxido de arsênio não se encontra disponível ainda para tratamento desses pacientes em primeira linha. O surgimento de consórcios para o tratamento de leucemia tem permitido ganho e melhoria terapêutica para esses pacientes.
ObjetivosAvaliar os desfechos clínicos e sobrevida dos pacientes com leucemia promielocítica aguda no Instituto Estadual Arthur Siqueira Cavalcanti – Hemorio, no período de 2020-2025, com idade superior a 18 anos.
Material e métodosForam analisados retrospectivamente os dados de prontuários eletrônicos de pacientes diagnosticados com leucemia promielocítica e idade acima de 18 anos. O diagnóstico foi confirmado por FISH para t(15,17) ou identificação de PML-RARa. Os dados foram armazenados em banco de dados Excel da Microsoft â. Os dados foram analisados pelo Software SPSS 29.0, as variáveis numéricas foram apresentadas em forma de médias, medianas e frequências simples. As variáveis numéricas foram apresentadas por meio de médias e medianas. A análise de sobrevida foi realizada pelo método Kaplan Meier e comparada pelo log rank. As variáveis foram avaliadas e comparadas pelo método do chisquare. O estudo foi analisado e aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da Instituição.
ResultadosForam diagnosticados 29 pacientes com leucemia promielocítica aguda com idade acima de 18 anos no período de 2020 a 2025. Todos os pacientes receberam ácido all-transrretinoico (ATRA). Dos 29 pacientes 55,2% são do sexo masculino. A mediana de idade foi 37 anos (21-69). Apenas 2 pacientes tinham idade acima de 60 anos. 37,9% dos pacientes foram classificados como alto risco, 41,4% como risco intermediário e 20,7% como baixo risco. A maioria dos pacientes deram entrada com performance ECOG 0- 2 (86,3%). A taxa de mortalidade precoce na coorte foi de 27,6% (sendo: 50% deles por sangramento em sistema nervoso central e 25% por sepse). A mortalidade precoce foi em sua maioria no grupo de alto risco (45,4%). Os pacientes de baixo risco foram tratados com ATRA/ATO em 83,3%. Dos pacientes com risco intermediário 66,7% foram tratados com esquema ATRA/ATO e dos pacientes com alto risco 90% foram tratados com esquema de Antraciclinas/ATRA, sendo 10% desse grupo recebeu apenas ATRA devido gravidade na admissão. A sobrevida global em 2 anos foram: 54,5%; 75% e 83,3% na população de alto, intermediário e baixo risco, respectivamente (p 0.360).
Discussão e conclusãoFoi observado nessa coorte uma taxa de mortalidade precoce de 27,6%, sendo 50% decorrente de sangramento grave seguido de sepse em 25% dos casos. Os dados da literatura mostram uma taxa de mortalidade precoce entre 15-20%.




