HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosA hemoterapia é uma prática essencial e complexa, que requer rigor técnico e constante monitoramento dos indicadores assistenciais. A análise sistemática do perfil transfusional de uma instituição permite o aprimoramento da segurança e da eficácia dos cuidados prestados.
ObjetivosDescrever o perfil assistencial hemoterápico do Hospital Luxemburgo no ano de 2024, identificando padrões de utilização de hemocomponentes e apontando oportunidades de melhoria na assistência transfusional.
Material e métodosEstudo retrospectivo, observacional e descritivo, baseado na análise de 100% das solicitações de transfusão realizadas no período de 01/01/2024 a 31/12/2024. Os dados foram coletados por meio dos sistemas Hemote Plus e Sofis BI, e complementados por auditoria clínica dos pedidos transfusionais. As variáveis analisadas incluíram tipo e volume de hemocomponentes, setor solicitante, modalidade de urgência, faixa etária e convênio do paciente.
ResultadosForam transfundidas 14.257 bolsas em 1.509 pacientes. O pool de plaquetas com inativação de patógenos foi o hemocomponente mais utilizado (50,7%), seguido por concentrado de hemácias padrão (29,1%). As modalidades de solicitação predominantes foram urgência (65,7%) e reserva cirúrgica (31,3%). Os setores com maior volume transfusional foram enfermarias (52%) e CTI (34%). As especialidades clínicas com maior demanda foram clínica geral, hematologia e cancerologia. O SUS foi o principal convênio envolvido.
Discussão e conclusãoA prevalência de uso de plaquetas reflete o perfil onco-hematológico da instituição. A alta demanda em urgência e CTI sugere necessidade de revisão de protocolos e ações educativas para antecipação e programação de transfusões. A análise contínua e a classificação das solicitações em conformes e não conformes permitiram identificar falhas e direcionar intervenções com o corpo clínico. O mapeamento do perfil assistencial transfusional do Hospital Luxemburgo contribuiu para fortalecer a gestão da qualidade, promover o uso racional de hemocomponentes e ampliar a segurança transfusional. A integração entre equipe médica e agência transfusional mostrou-se essencial para a melhoria contínua da assistência prestada.
Referências:
- 1.
Brasil. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada.Guia para o uso de hemocomponentes. Ministério da Saúde. Brasília, MS, 2010.
- 2.
Brasil. Resolução RDC n° 151, 21 de agosto de 2001. Aprova o Regulamento Técnico sobre Níveis de Complexidade dos Serviços de Hemoterapia.
- 3.
Vicente CS. Implantação de um Sistema de Gestão da Qualidade Internacional ISO no Hemocentro da Unicamp e seu Impacto na Sistematização e Melhoria da Assistência de Enfermagem aos Doadores de Sangue. Tese de Mestrado. Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, 2002.
- 4.
HOSPITAL SÍRIO-LIBANÊS. Guia de condutas hemoterápicas. São Paulo, 2005.
- 5.
HEMOMINAS. Conduta Prática para Hemoterapias. Minas Gerais, 2016.
- 6.
Brasil. Resolução RDC n° 158, 04 de fevereiro de 2016. Redefine o regulamento técnico de procedimentos hemoterápicos.




