
Este estudo teve como objetivo identificar os fatores motivacionais e não motivacionais relacionados à doação de sangue entre os funcionários de hospitais, bem como o conhecimento sobre os locais de coleta.
Material e métodosDurante o período de fevereiro a junho de 2022, realizamos uma pesquisa com colaboradores de quatro hospitais. Os questionários foram disponibilizados em todos os setores dos hospitais por meio de formulários online e também manual. A identificação pessoal dos participantes não foi obrigatória. Os hospitais foram divididos em dois grupos com base na proximidade do centro coletor mais próximo. O Grupo A incluiu hospitais a uma distância de até 5 km, enquanto o Grupo B incluiu hospitais a uma distância de até 30 Km.
Resultados e discussãoNo Grupo A, participaram 269 colaboradores, sendo 72% mulheres e 28% homens. A maioria era da área de saúde (70%), e 49% já haviam se candidatado à doação, mas apenas 37% doaram efetivamente. Os principais motivos de inaptidão foram anemia, peso insuficiente e doenças prévias ou uso de medicamentos. Apenas 15% dos colaboradores conheciam o serviço de coleta que ficava a até 5 km de seus locais de trabalho. No Grupo B, participaram 90 colaboradores, sendo 84% mulheres e 16% homens. A maioria era da área de saúde (92%), e 53% já haviam se candidatado à doação, mas apenas 43% doaram efetivamente. Os principais motivos de inaptidão foram anemia e doenças prévias ou uso de medicamentos. Apenas 20% dos colaboradores conheciam o serviço de coleta que ficava a até 30 km de seus locais de trabalho. A captação de doadores e a disseminação do conhecimento sobre doação de sangue representam desafios para os serviços de hemoterapia. No Grupo A, a falta de tempo foi uma das principais justificativas para não doar, enquanto no Grupo B, a falta de tempo e a ausência de um motivo específico foram mencionados como razões para nunca se candidatarem. A motivação mais comum entre os doadores em ambos os grupos foi a possibilidade de salvar vidas. Apesar dos recursos visuais disponíveis e das ações de captação junto aos familiares de pacientes, a maioria dos colaboradores desconhecia o ponto de coleta do serviço de hemoterapia ao qual estava associado.
ConclusãoÉ essencial desenvolver estratégias de treinamento e disseminação de informações sobre doação de sangue direcionada aos profissionais que trabalham em ambiente hospitalar, independentemente de sua área de atuação. Isso pode aumentar a conscientização sobre a doação e incentivar mais colaboradores a se tornarem doadores e propagadores do tema dentro da unidade hospitalar.