Diarreia e outros sintomas gastrointestinais são muito frequentes em portadores de doenças hematológicas e submetidos a transplante de medula óssea (TMO), incluindo causas infecciosas e não infecciosas. As abordagens diagnosticas tradicionais são demoradas, exigem múltiplos testes e carecem de sensibilidade. Painéis moleculares para diagnóstico sindrômico estão sendo implementados em diferentes cenários, como infecção respiratórias, pneumonia, meningite, diarreia e permitem, além de resultado imediato (tempo de processamento de 1 hora), a pesquisa de diversos patógenos. No Painel FilmArray GI inclui 22 patógenos, entre eles bactérias enterogênicas, vírus e parasitas. Neste estudo analisamos a contribuição do Painel GI na investigação de diarreia em indivíduos com neoplasias hematológicas, em termos de rendimento diagnóstico e impacto na conduta terapêutica. Estudo prospectivo em único centro em indivíduos com neoplasias hematológicas e pós TMO alogênico e quadro diarreico. Os eventos foram investigados entre fevereiro e maio de 2020. Amostras de fezes foram coletadas para realização do Painel GI e testes tradicionais, como: parasitológico, cultura, Clostridium toxina A e B, Rotavirus. O rendimento diagnóstico do Painel GI foi definido como a frequência de testes positivos entre os coletados, e a contribuição do teste foi definida quando este confirmou ou modificou a hipótese clínica inicial. Foram investigados sete episódios de diarreia, sendo 5 episódios pós TMO alogênico e 2 episódios em individuo em tratamento para leucemia mielóide aguda, sendo a idade mediana de 35 anos (variando de 13 a 70 anos). Em 3 dos 7 casos, Painel GI documentou a etiologia: Cryptosporidium (2 episódios), Clostridium difficile (2 episódios), sendo um episódio de coinfecção (Clostridium e Cryptosporidium). Nos três casos, os testes tradicionais foram negativos. Nos 4 eventos com Painel GI negativo, os testes tradicionais aplicados também foram negativos, e a etiologia da diarreia foi considerada relacionada a doença do enxerto contra-hospedeiro (3 episódios) e no outro caso, infecção de corrente sanguínea por P. aeruginosa associada a colite. O Painel GI foi considerado em 6 dos 7 episódios como ferramenta que contribuiu para a investigação diagnóstica, confirmando ou modificando a suspeita clínica inicial. Em 3 episódios houve mudança de terapêutica após resultado do Painel GI. Em um episódio (ICS e colite por P. aeruginosa), a aplicação do teste não acrescentou melhorias, pois o diagnostico do evento foi através de hemocultura, e o teste não foi apto a modificar ou confirmar a hipótese inicial. Conclusão: Painel FilmArray GI contribuiu para a investigação diagnóstica em 86% dos episódios, com rendimento diagnóstico e mudança de conduta terapêutica em 43% dos eventos. A aplicação de painéis diagnósticos sindrômicos na hematologia apresenta grande potencial em termos de sensibilidade e redução do tempo para o diagnóstico, podendo impactar diretamente na adequação da terapêutica.
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