Compartilhar
Informação da revista
Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S31-S32 (outubro 2024)
Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S31-S32 (outubro 2024)
Acesso de texto completo
OFICINA DA MEMÓRIA:PROPOSTA DE REABILITAÇÃO COGNITIVA EM PACIENTES QUE VIVEM COM DOENÇA FALCIFORME
Visitas
309
ML Baima, AMM Queiroz
Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti (Hemorio), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
Este item recebeu
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

Mais dados
Objetivo

Corrigir ou atenuar os efeitos de déficits cognitivos de forma que os pacientes que vivem com Doença Falciforme encontrem meios adequados e alternativos para alcançar metas funcionais específicas.

Metodologia

Esse trabalho destina-se a relatar uma experiência de intervenção para as queixas cognitivas funcionais relacionadas à atenção, memória, leitura, raciocínio lógico, compreensão e aprendizagem com pacientes que vivem com Doença Falciforme. Essa experiência aconteceu no período entre novembro de 2015 e novembro de 2018. Os pacientes atendidos em nível ambulatorial pelo médico/hematologista da unidade, que apresentavam tais queixas cognitivas eram encaminhados para a fonoaudióloga do serviço em questão seguindo as seguintes etapas: anamnese, rastreio com o instrumento avaliativo Mini-mental (mini-exame do estado mental) e aplicação de um questionário inicial sobre queixas subjetivas de memória (Escala de Queixas Subjetivas de Memória (QSM).pdf). Quando a triagem inicial mostrava escore abaixo do esperado, o paciente era encaminhado para avaliação neuropsicológica (no próprio serviço) com o objetivo de investigar com mais profundidade as habilidades cognitivas afetadas. Os pacientes que participaram da Oficina da Memória possuíam idades entre 16 e 60 anos e não tinham história de AVC prévio. Quando o rastreio cognitivo demostrava resultado dentro do esperado, o paciente recebia por escrito orientações de como “melhorar a memória” no seu dia-a-dia e eram liberados. Já para os que eram encaminhados e retornavam com a avaliação neuropsicológica, era traçado um plano de reabilitação personalizado, de acordo com o resultado. A proposta de reabilitação baseava-se em treino cognitivo que acontecia individualmente, uma vez por semana com duração de 50 minutos por um período de 12 semanas. A escolha dessa metodologia foi baseada na experiência de reabilitação cognitiva em idosos relatada por Golino e Flores-Mendonza (2016) pois, não encontramos estudos semelhantes na área tanto no Brasil quanto fora.

Resultados

Foram encaminhados para a “Oficina da Memória” um total de 38 pacientes. Desses, 26 (68,4%) compareceram para a entrevista e rastreio. Desse quantitativo, 15 (57,7%) foram encaminhados para avaliação neuropsicológica e os outros 11 (42,3%) receberam orientações e foram liberados. Dos 15 pacientes elegíveis para o treino cognitivo, 4 (26,6%) abandonaram a intervenção, os demais (73,4%) concluíram o programa até a 12ºsessão quando eram novamente submetidos ao instrumento avaliativo Mini-mental (na ocasião não foi possível encaminhá-los para nova avaliação neuropsicológica em função da dinâmica do serviço). O resultado do reteste mostrou leve melhora do escore em 5 (45,5%) dos 11 pacientes, o restante se mostrou igual. Não houve piora de resultado.

Conclusão

Apesar da proposta de intervenção com o treino cognitivo não ter demonstrado efeitos significativos, ela aponta positivamente para a necessidade de conduzir essa proposta de maneira mais ampla e profunda melhorando assim, as condições de captação dos pacientes, avaliação, análise e resultados do programa. Vale ressaltar aqui que uma das limitações do programa é a dificuldade que os pacientes possuem em se manterem assíduos semanalmente nas sessões em função das questões socioeconômica e física que muitas vezes os impossibilitam de se deslocarem até a unidade. É preciso pensar em estratégias que facilitem a aderência dessas pessoas a reabilitação.

O texto completo está disponível em PDF
Baixar PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas