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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 2398
Acesso de texto completo
O VÍNCULO TERAPÊUTICO COMO FERRAMENTA DE CUIDADO AO PACIENTE COM DIAGNÓSTICO DE HEMOFILIA GRAVE: RELATO DE CASO
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PL Ramos, MM Coutinho
Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti (Hemorio), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A hemofilia é uma doença hemorrágica hereditária ligada ao cromossomo X, caracterizada pela deficiência ou anormalidade do fator VIII (hemofilia A) ou do fator IX (hemofilia B). O cuidado às pessoas com hemofilia (PcH) é centralizado em serviços especializados, prestado por equipes multiprofissionais, com o objetivo de garantir assistência integral. Diante da gravidade da doença e dos impactos do tratamento, sobretudo em situações de agravamento clínico, torna-se fundamental ampliar o olhar para além dos protocolos e medicamentos, considerando a construção de vínculos entre paciente e equipe como parte do cuidado. O presente relato descreve a experiência de acompanhamento psicológico a um paciente com Hemofilia A Grave (HAG), sua família e a equipe de saúde, durante internação prolongada após interrupção do seguimento ambulatorial.

Descrição do caso

Apresentar a experiência de cuidado psicológico a um paciente com HAG durante hospitalização prolongada, após período afastado do acompanhamento ambulatorial, destacando o vínculo terapêutico como ferramenta de enfrentamento e adesão ao tratamento. Trata-se de um relato de experiência clínica, baseado na análise de prontuário e no acompanhamento psicológico de um paciente do sexo masculino, 23 anos, internado em 2024 em hospital de referência, após realização de procedimento invasivo e com necessidade de internação prolongada para reabilitação e reavaliações clínicas. O paciente foi internado após fasciotomia de membros superiores, decorrente de fraturas nos antebraços e agravada por complicações relacionadas à HAG. O plano de cuidado envolvia administração de fator VIII, curativos frequentes, acompanhamento ortopédico, suporte psicológico e assistência contínua da equipe. Ao início da internação, apresentava grande resistência ao tratamento, dificuldades de comunicação com a equipe e familiares, além de verbalizar desejo de alta precoce. Os atendimentos psicológicos ocorreram semanalmente à beira leito. Por meio da escuta ativa, foi possível estabelecer vínculo terapêutico, permitindo a expressão de sentimentos como indignação frente ao diagnóstico e ao processo de adoecimento. A interconsulta possibilitou diálogo com a equipe, evitando interpretações que agravassem a relação terapêutica. O vínculo estabelecido permitiu ao paciente refletir sobre sua condição e considerar a retomada do cuidado ambulatorial.

Conclusão

Estudos indicam que a qualidade do vínculo entre paciente e equipe favorece a adesão ao tratamento, e que a transferência positiva na relação terapêutica é um recurso clínico importante. No caso em questão, o vínculo estabelecido com a psicóloga foi essencial para a elaboração emocional da internação, da doença e do tratamento, promovendo enfrentamento e reorganização do cuidado. Este relato evidencia a importância da atuação psicológica como facilitadora da expressão emocional e mediação na tríade paciente-família-equipe. Através do vínculo estabelecido, foi possível favorecer a adesão ao tratamento, humanizar o cuidado e minimizar o sofrimento psíquico decorrente da hospitalização prolongada.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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