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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 166
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O USO INADVERTIDO DE CORTICÓIDE COMO UM FATOR DECISIVO NO ATRASO DIAGNÓSTICO DE LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA EM PACIENTE PEDIÁTRICO
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AF Bianchia, GSF Juniora, MB Machadoa, SS Araújoa, RT Ferreiraa, LG Paganotti da Silvaa, AP Leite Netoa, LF da Silvab
a Hospital do Câncer do Mato Grosso (HCAN/MT), Cuiabá, MT, Brasil
b Hospital Universitário Júlio Muller (HUJM/MT), Cuiabá, MT, Brasil
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HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

Os corticosteróides são drogas amplamente prescritas, tanto em doenças agudas como crônicas. Os blastos linfóides são muito sensíveis a estes medicamentos. Prova disso, é que a terapia com corticosteroides de agente único pode induzir remissão em mais de 55% dos pacientes. Essas observações geram preocupação de que a exposição a corticosteroides antes do diagnóstico oncohematológico pode afetar adversamente o prognóstico ao mascarar o diagnóstico, podendo inclusive resultar em uma resposta parcial ao tratamento.

Descrição do caso

Paciente de 11 anos de idade, sexo feminino, com quadro de palidez cutanea, hepatoesplenomegalia, perda ponderal, febre persistente e pancitopenia. Criança previamente hígida. Procedido com estudo da medula óssea, evidenciando 3% de blastos linfoides. Anatomopatológico e mielograma não compatíveis com síndrome mielodisplasica ou linfohistiocitose. Devido ter recebido pulsoterapia com metilprednisolona na cidade de origem como tratamento proposto para o quadro respiratório agudo vigente, questionado sobre a possibilidade de estarmos diante de uma leucemia aguda sofrendo interferência transitória da corticoterapia recente. Coletado um segundo estudo da medula óssea, revelando 6% de blastos linfóides. Devido instabilidade clínica, foi mantida hospitalizada, durante 30 dias sem corticoide, sob vigilância clínica rigorosa, cujo quadro clínico voltou a deteriorar. Coletado terceiro estudo da medula óssea, agora com detecção de 24,3% de células blásticas com expressão de marcadores linfóides B, confirmando assim o diagnóstico de Leucemia Linfoblástica do tipo B (LLA-B), classificação alto risco. Biologia molecular negativa. O atraso diagnóstico levou um período de 3 meses desde o início dos sintomas, e durante esse período a paciente evoluiu com múltiplas intercorrências clínicas. Evoluiu com manutenção da DRM positiva mesmo após 2ª fase da indução, sendo então procedido com infusão do blinatumomabe. Atualmente segue no intervalo pós blinatumomabe, no aguardo da consolidação terapêutica com TMO.

Conclusão

Corticoesteroides podem induzir um atraso no diagnóstico e consequentemente no tratamento de LLA-B. Dito isso, a prescrição dessas drogas precisa ser cuidadosamente indicada, especialmente diante de sintomatologia e alterações laboratoriais não características.

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Referências:

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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