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Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S629 (outubro 2023)
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HEMO 2023
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O USO DA TÉCNICA DE ELUIÇÃO ÁCIDA DE ANTICORPOS NO AUXILIO DA CONDUTA TERAPÊUTICA EM PACIENTES COM INCOMPATIBILIDADE ABO MATERNO-FETAL – RELATO DE CASO
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P Moraes, J Oliveira, ACS Maia, RCBA Bertazolli, PTR Almeida
Instituto Paranaense de Hemoterapia e Hematologia ‒ Grupo Vita, Curitiba, PR, Brasil
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Vol. 45. Núm S4

HEMO 2023

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Introdução

A Doença Hemolítica Perinatal (DHPN) é caracterizada pela destruição dos eritrócitos fetais, através de uma reação imunomediada por anticorpos da classe IgG de origem materna. A passagem transplacentária desses anticorpos maternos ocasiona um processo de hemólise fetal, que ocorre principalmente por incompatibilidade entre os grupos sanguíneos da mãe e do feto. Estatisticamente, uma a cada cinco gravidezes serão ABO incompatíveis, porém, a destruição de hemácias fetais levando a anemia grave por anticorpos ABO é rara. A doença se manifesta pela instalação da hiperbilirrubinemia e icterícia dentro de 12 a 48 horas do nascimento. A conduta clínica frente a uma suspeita de DHPN engloba a associação entre o quadro clínico, análises laboratoriais clínicas e imuno-hematológicas.

Objetivo

Relatar um caso do uso da eluição ácida de anticorpos para a investigação de um Teste de Antiglobulina Direto positivo (TAD) em um recém nato com incompatibilidade ABO materno-fetal.

Metodologia

Relato de caso com informações obtidas por meio da solicitação de transfusão e registros do setor de imuno-hematologia de um serviço de hemoterapia em Curitiba – PR.

Relato

Neonato com 48 horas de nascimento, apresentou icterícia e bilirrubina elevada, submetido a fototerapia para eliminação de bilirrubina indireta. O paciente apresentou hiperbilirrubinemia, sinalizando que a tratativa foi ineficaz. Diante do cenário, a equipe médica solicitou a exsanguinotransfusão para a troca de volume sanguíneo, pois o procedimento faz parte da conduta terapêutica de suporte avançado para tratar icterícia neonatal grave. O volume de sangue total solicitado para o procedimento de troca foi de 580 mL, com volume globular final de 48,8 g/dL, e para isso, foi selecionado um concentrado de hemácias O Negativo coletado em até cinco dias, em bolsa CPDA-1 e reconstituído em plasma AB até obter o volume globular desejado. A solicitação e a amostra do paciente foram encaminhadas ao serviço de hemoterapia, onde os testes pré transfusionais apresentarem os seguintes resultados: Tipagem: A Negativo; Pesquisa de Anticorpos Irregulares (PAI): Negativa; Pesquisa de anticorpos ABO em fase de Antiglobulina (AGH): Anti- A 3+/ Anti-B 3+; TAD 2+. Realizado ensaio de eluição ácida de anticorpos na amostra do neonato que detectou a presença de anticorpos Anti-A IgG. Na amostra da mãe os seguintes resultados foram obtidos: Tipagem: O positivo; PAI Negativa; títulos de anticorpos ABO >64. Após o procedimento de troca, o paciente apresentou melhora clínica e evoluiu para alta hospitalar dois dias após o atendimento.

Conclusão

Os resultados apresentados na eluição ácida foi possível comprovar que as hemácias do neonato possuíam anticorpos ABO maternos adsorvidos na membrana eritrocitária, sendo a possível causa dos sintomas clínicos apresentados pelo paciente. O teste auxiliou a compreender que os anticorpos Anti-A de origem materna, em menor proporção, são da classe IgG e com capacidade de atravessar a barreira placentária. Embora a literatura relate que a eluição nos casos de DHPN por anticorpos ABO seja dispensável, o resultado auxiliou na elucidação do caso assegurando a melhor conduta terapêutica.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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