
O Transplante de medula óssea é um dos pilares no tratamento de algumas doenças onco-hematológicas. Embora haja muitos estudos sobre essa temática, faltam dados epidemiológicos e segurança em perfis diversos. O objetivo desse estudo é quantificar e relatar o perfil e eficácia de pacientes submetidos a (TMOs) ressaltando a patologia prevalescente e o índice de suporte hemoterápico por um serviço de hematologia e hemoterapia na cidade do Rio de Janeiro. No presente trabalho foi avaliado o perfil dos pacientes das diversas instituições no qual realizamos o suporte de atendimento, quantidade de (TMOs) realizados, se autólogos e/ou alogênicos, perfil epidemiológico, necessidade de suporte transfusional, taxa de altas e óbitos e doença de maior prevalência no período de 12 meses.
Materiais e métodosEstudo retrospectivo em pacientes portadores de doenças onco- hematológicas a transplante autólogo ou alogênico de medula óssea envolvendo as unidades que realizam este procedimento, no período de 01/06/2022 a 30/06/2023. Para entender melhor o perfil, os dados foram obtidos em planilhas próprias e em software de gerenciamento das unidades envolvidas.
ResultadosForam avaliados 61 pacientes com mediana de idade de 54 anos (variando entre 5–75 anos), submetidos a coleta de células progenitoras hematopoiéticas periféricas através de coleta por aférese, sendo 100% dos casos em maquina Spectra Optia. O sexo dominante foi o masculino 37 (60,70%), o maior público foram os portadores do tipo sanguíneo O positivo 30 (49,18%), A positivo 15 (24,59%), B positivo 7 (11,48%), A Negativo 4 (6,56%), O negativo 3 (4,92%), B negativo 1 (1,64%) e AB positivo 1 (1,64%). A patologia prevalente foi Mieloma Múltiplo 34 (55,74%), Linfomas 16 (26,23%), Leucemias 7 (11,48%) e outras doenças onco-hematológicas como Neuroblastoma e Amiloidose 4 (6,56%). A análise demonstrou significância estatística para o grau de resposta ao tratamento aplicado previamente ao transplante autólogo de medula óssea 52 (85,25%). Os TMOs alogênicos sendo 9 (14,75%) em sua totalidade, 89% foram alogênicos aparentados e somente 11%, realizados através de doador não aparentado. Em todos os pacientes, a mobilização foi realizada com uso de granulokine e em 24 destes houve a necessidade também da utilização do Mozobil (39,34%) para obtenção de uma resposta mais eficiente do produto. Foram observados que a média transfusional foi de 7,8 hemocomponentes por paciente, onde o hemocomponente predominante foi concentrado de plaqueta por aférese 266 (60,71%), seguido de concentrado de hemácia 127 (28,95%) e concentrado de plaqueta randomizada 45 (10,74%). Observou-se que no TMO (alogênico) demandou um consumo de 40,18% enquanto no TMO (autólogo) foi consumido 59,82% dos hemocomponentes. A sobrevida percebida em um ano de análise foi de Alta 59 (96,72%) e somente 2(3,38%) foram a óbito. Destes pacientes que evoluíram ao óbito foram submetidos a TMOs por métodos distintos sendo um autólogo (sem comorbidades) e um alogênico, onde o paciente (possuía comorbidades DM e HAS) e realizou TMO haploidentico (50% compatível).
ConclusãoDe acordo com os resultados obtidos, foi possível observar que o transplante de medula óssea é uma estratégia terapêutica eficaz no alcance de um bom prognóstico junto as doenças onco-hematológicas supracitadas, fato este evidenciado devido ao alto índice de alta hospitalar percebida no período analisado.