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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S1122 (outubro 2024)
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HEMO 2024
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O PAPEL DO MICROAMBIENTE TUMORAL NA PROGRESSÃO DAS LEUCEMIAS CRÔNICAS: UMA REVISÃO DE LITERATURA
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ES Alvarenga, IS Estevam, JM Dubanhevitz, LP Amorim, PE Oliveira, KLS Ribeiro, GM Almeida, EAC Lima, CAB Neto, FC Marques
Universidade Federal do Ceará (UFC), Fortaleza, CE, Brasil
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Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

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Objetivo

Esta revisão busca correlacionar a importância do microambiente tumoral (TME) na ocorrência de leucemias crônicas, com enfoque na leucemia linfocítica crônica (LLC), objetivando compreender de que forma tais condições impactam na patogênese dessa doença e na sua resposta aos tratamentos.

Materiais e métodos

Trata-se de uma revisão de literatura realizada pela análise de artigos publicados entre 2021 e 2024, escritos na língua inglesa, obtidos através da base de dados PubMed e EMBASE. Os descritores utilizados na pesquisa estão de acordo com o Sistema de Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e são, respectivamente, “tumor microenvironment”e “Chronic Lymphocytic Leukemia”.

Resultados

A LLC depende fortemente da interação dinâmica entre as células leucêmicas e o TME, pois este fornece suporte para as células leucêmicas por meio de sinais de proliferação e sobrevivência, criando um nicho que protege as células tumorais, contribuindo para a resistência ao tratamento, progressão da doença e recidivas. As células estromais mesenquimais são elementos-chave no TME, associadas à progressão do tumor e mau prognóstico, pois ajudam a prevenir a apoptose espontânea das células tumorais. As células endoteliais e as dendríticas contribuem para a ativação, resistência ao tratamento e sobrevivência das células malignas. Já os macrófagos podem, a partir do TME, induzir a tolerância imunológica ou iniciar uma resposta imune potente contra as células tumorais, influenciando na resistência ao tratamento. Os neutrófilos na LCC têm migração prejudicada e deficiência na fagocitose e na atividade bactericida. Além disso, podem se polarizar em fenótipos antitumorais ou pró-tumorais, dependendo do TME, contribuindo para angiogênese e metástases. A evasão imune na LLC também é influenciada pela baixa atividade de células T CD8+ e células Natural Killer (NK) contra as células leucêmicas, enquanto a alta frequência de células T reguladoras está associada à supressão das respostas imunes antitumorais, maior crescimento tumoral e à um prognóstico ruim. Ademais, a quinase LYN, moduladora importante da homeostase das células B, está aberrantemente ativada na LLC, promovendo maior agressividade e resistência à apoptose das células leucêmicas.

Discussão

O TME da LLC organiza um complexo sistema celular e molecular que contribui para a evasão da imunidade antitumoral e a sobrevivência das células leucêmicas. Pacientes com LLC frequentemente apresentam respostas imunes ineficazes devido à disfunção induzida pelas células malignas, com função prejudicada de células dendríticas, células NK, células T citotóxicas e macrófagos. Além disso, há modificações significativas na resposta imune humoral, contribuindo para a evasão do tumor.

Conclusão

A compreensão dessas interações tem implicações terapêuticas importantes, por isso, há maior interesse em direcionar o tratamento para o TME, a fim de torná-lo mais eficaz, combinando diferentes aspectos do TME na mesma terapia. Embora os inibidores de sinalização do receptor de células B, como o ibrutinibe e o venetoclax tenham melhorado os resultados do tratamento ao interferir nessas interações entre células tumorais e TME, a resistência crescente aos medicamentos e as limitações das imunoterapias atuais destacam a necessidade de um entendimento mais profundo das interações entre LLC e TME para superar tais empecilhos e melhorar os resultados terapêuticos para os pacientes.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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