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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S670-S671 (Outubro 2022)
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O IMPACTO DA PANDEMIA DE COVID-19 NO DIAGNÓSTICO DE NEOPLASIAS HEMATOLÓGICAS NO ESTADO DA PARAÍBA: UM COMPARATIVO DE TRÊS ANOS
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GL Costa, MEB Abreu
Hospital Erasto Gaertner, Curitiba, PR, Brasil
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Introdução

Os cânceres são doenças genéticas cujo fenótipo maligno resulta de uma alteração que é transmitida da célula alterada para suas células filhas, rompendo uma série de barreiras fisiológicas para perpetuar. Atualmente, o câncer é encarado como um problema de saúde pública em nível global e, como outras doenças de curso menos agudo, o diagnóstico e o tratamento do câncer também foram afetados pela pandemia de COVID-19 (coronavirus disease).

Objetivos

Analisar, através dos dados disponíveis publicamente no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), dos anos de 2020 e 2021, o impacto da pandemia de COVID-19 no diagnóstico de neoplasias malignas no estado da Paraíba e comparar com os mesmos períodos de 2019, último ano antes da pandemia.

Material e Métodos

Constituiu-se de estudo transversal e descritivo. A população alvo foi de pacientes, de todas as faixas etárias, com diagnóstico de neoplasia hematológica, firmado no estado da Paraíba, no período de 2019, ano pré-pandemia, e no biênio 2020‒2021, anos após a pandemia de COVID-19.

Resultados

Em 2019 a Paraíba registrou 403 novos casos de neoplasias hematológicas, sendo 213 no sexo masculino (52,8%). Os tipos mais comuns foram os linfomas não-Hodgkin, correspondendo a 28,53%, seguido pelas leucemias (24,56%). Quanto ao estadiamento, a maioria dos diagnósticos foi no estágio II (11,6%), com o campo “Ignorado” correspondendo a 59,8%. O tempo médio entre o diagnóstico e o início do tratamento foi menor que 30 dias (36,22%). Já em 2020, o Estado registrou 439 novos casos, sendo 234 no sexo masculino (53,3%). Neste ano, os tipos mais comuns foram novamente os linfomas não-Hodgkin, correspondendo a 32,11%, seguido pelas leucemias (28,7%). O estadiamento se deu no estágio 1 em sua maioria, correspondendo a 14,57%, com o campo ignorado neste ano tendo atingido a marca de 57,4%. O tempo médio entre o diagnóstico e o início do tratamento foi menor que 30 dias (34,39%). No segundo ano após a pandemia, em 2021, a Paraíba registrou 450 novos casos de neoplasias hematológicas, sendo 280 no sexo masculino (62,22%). Neste ano, o tipo mais comum foram as leucemias (32,44%) seguido dos linfomas não-Hodgkin (29,33%). A maioria dos diagnósticos se deu no estágio III (10,66%) e o tempo médio entre o diagnóstico e o início do tratamento foi maior que dois meses na maioria dos casos, correspondendo a 42,88%.

Discussão

A pandemia de COVID-19 trouxe diversas repercussões para a área da saúde, mais do que aquelas implicadas tão somente pela infecção que o vírus SARS-CoV-2 traz em si, porém não afetou o número dos diagnósticos de neoplasias hematológicas no estado da Paraíba. Cabe pontuar que aumentou o tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento, bem como houve mais diagnósticos em estágios mais avançados da doença, talvez pela realocação de recursos e infraestrutura redirecionados para atendimento das síndromes respiratórias agudas.

Conclusão

Apesar de não haver impactado no número de diagnósticos, a pandemia de COVID-19 trouxe impactos prognósticos, com maior tempo até início do tratamento e com diagnósticos em estágios mais avançados de doença. Também cabe destacar a quantidade de dados computados nos campos dados como “Ignorado”, “Não aplica” ou “Outros”, o que dificulta a análise fidedigna dos dados epidemiológicos.

O texto completo está disponível em PDF
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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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