
O ensino da hematologia teórica, nos cursos de Farmácia e Biomedicina, enfrenta desafios quando não acompanhado da realização de aulas práticas de microscopia, dificultando a fixação dos conhecimentos e correlações entre as alterações celulares e a clínica dos pacientes. Mediante a ausência de aulas práticas obrigatórias para a disciplina, nesta instituição, este projeto buscou por novas estratégias de ensino que pudessem também contribuir com as ações de educação em saúde dos projetos de extensão relacionados ao tema. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi relatar a experiência da utilização de novas estratégias, para o ensino da citomorfologia hematológica, aplicadas aos discentes de graduação em Farmácia e Biomedicina, da UNIFAL-MG e nas atividades de extensão universitária.
Material e MétodosForam confeccionados modelos celulares dos eritrócitos normais e com a morfologia alterada (anisopoiquilocitose) em massa de EVA. Os leucócitos foram confeccionados em biscuit, com suas características morfotintoriais evidenciadas pelas cores e relevos. As plaquetas foram representadas por fragmentos das fibras de esponjas de limpeza.
ResultadosOs modelos celulares foram utilizados em aula e também foram apresentados em atividades de extensão, tais como feiras e no Museu da Memória e Patrimônio da UNIFAL-MG. Observou-se que a utilização dos modelos celulares, em sala de aula, permitiu uma maior fixação do conteúdo por parte dos discentes, além de despertar a curiosidade dos mesmos para aprofundar o conhecimento na área. Nas atividades de extensão, os modelos celulares despertaram o interesse do público em geral.
DiscussãoA disciplina de Hematologia Clínica possui conteúdo programático denso para a carga horária estabelecida nas grades curriculares dos cursos de graduação em Farmácia e Biomedicina, da UNIFAL-MG. Como a disciplina Hematologia Clínica Prática não é obrigatória em ambos cursos, nem todos os discentes têm a oportunidade de visualizar os esfregaços sanguíneos, em microscópio, para fixar as diferenças entre cada tipo celular e seus estágios maturativos, bem como correlacioná-las com a clínica dos pacientes. Com a utilização dos modelos celulares, as aulas se tornaram mais dinâmicas e participativas, e a metodologia utilizada obteve boa avaliação por parte dos alunos, o que refletiu no bom aproveitamento geral da disciplina. O material utilizado na confecção dos modelos celulares permitiu ressaltar características importantes das células, tais como a deformabilidade, alterações no formato (poiquilocitose) e no tamanho (anisocitose) das hemácias, bem como características importantes para identificação dos leucócitos. Nas atividades de extensão, a utilização dos modelos celulares permitiu uma abordagem lúdica, direcionada e adequada para cada faixa etária atendida.
ConclusãoA utilização dos modelos celulares, como estratégia para o ensino hematológico, contribuiu para a melhor compreensão e aprendizado a respeito das desordens hematológicas, tanto para os discentes da universidade como para o público atendido junto às ações de educação em saúde.