HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
Mais dadosOs neutrófilos de baixa densidade (LDNs) são uma subpopulação relevante entre os leucócitos em diversas doenças inflamatórias e autoimunes. Desde sua identificação em 1986, os LDNs têm sido associados à intensificação da inflamação, à liberação de citocinas pró-inflamatórias e à formação de armadilhas extracelulares de neutrófilos (NETs). Estudos demonstram sua atuação em patologias como lúpus eritematoso sistêmico (LES), sepse e infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), reforçando seu papel como mediadores importantes em processos inflamatórios crônicos.
ObjetivosRealizar uma revisão teórica sobre a caracterização, origem e implicações imunológicas dos LDNs em diferentes doenças inflamatórias, destacando seus efeitos na modulação da resposta imune e na manutenção do estado inflamatório.
Material e métodosFoi realizada uma revisão narrativa com base em literatura científica disponível nos bancos de dados PubMed, SciELO e Google Scholar. Os critérios de seleção incluíram artigos publicados de 1986 até 2024, com foco na atuação dos LDNs em doenças inflamatórias crônicas e autoimunes.
Discussão e conclusãoEm LES, os LDNs representam até 17% da camada de células mononucleares (PBMCs) em pacientes, sendo altamente pró-inflamatórios. Na infecção pelo HIV, o aumento da fração de LDNs está correlacionado à progressão da doença, apresentando fenótipo misto e ativação persistente. Na sepse, esses neutrófilos chegam a compor até 40% da população circulante, com morfologia vacuolada e alterações na expressão de marcadores como CD10. Apesar de sua relevância, o papel dos LDNs ainda é pouco explorado em muitas outras condições inflamatórias e autoimunes. A literatura aponta os LDNs como células-chave na amplificação da inflamação e na modulação da resposta imune. A lacuna de conhecimento sobre seu papel em diversas doenças abre espaço para investigações que explorem seu potencial como biomarcadores e alvos terapêuticos. Os LDNs são mediadores inflamatórios de grande relevância em diferentes contextos patológicos. Compreender melhor seus mecanismos de ação e suas interações com outras células do sistema imune pode contribuir para avanços no diagnóstico e no desenvolvimento de terapias mais direcionadas.




