Compartilhar
Informação da revista
Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S930-S931 (Outubro 2023)
Compartilhar
Compartilhar
Baixar PDF
Mais opções do artigo
Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S930-S931 (Outubro 2023)
Acesso de texto completo
MORTALIDADE POR LEUCEMIAS E LINFOMAS E INDICADORES SOCIOECONÔMICOS NO BRASIL
Visitas
199
DDS Rezende, HL Sarmento, VR Michels, MS Maia, RF Menezes, NFC Silva, KOR Borges
Universidade do Estado do Pará (UEPA), Belém, PA, Brasil
Este item recebeu
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 45. Núm S4

HEMO 2023

Mais dados
Objetivos

Investigar e caracterizar a correlação entre mortalidade por leucemias e linfomas e indicadores socioeconômicos no Brasil durante o período de 2015 a 2020.

Materiais e métodos

Trata-se de um estudo ecológico, realizado a partir de dados extraídos do Atlas Online de Mortalidade, do Instituto Nacional de Câncer, e do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, abrangendo o período de 2016 a 2021. Os dados coletados compreenderam o índice de desenvolvimento humano (IDH), seus subíndices (educação, longevidade e renda) e a taxa de mortalidade (ajustada à população mundial) por linfomas e leucemias, designada conforme a Classificação Internacional de Doenças – C81 a C85; C91 a C95 –, distribuídos segundo unidade federativa e ano. Os dados foram tabulados e analisados no programa Microsoft Excel® 2016 por regressão linear simples com intervalo de confiança de 95%, obtendo-se ao final o coeficiente de Pearson (r) e o valor de p para cada correlação entre mortalidade e indicadores socioeconômicos.

Resultados

A taxa de mortalidade média por leucemias e linfomas teve seu valor máximo registrado na região Sul (5,62; IDH = 0,798), e o mínimo, na região Norte (4,23; IDH = 0,725). As regiões Centro-oeste (4,81; IDH = 0,782), Sudeste (4,57; IDH = 0,797) e Nordeste (4,26; IDH = 0,711) ocupam posições intermediárias. A mortalidade por ambas as neoplasias se correlacionou positivamente, em caráter de significância estatística, com o IDH (r = 0,68; p < 0,05) e seus subíndices, IDH-educação (r = 0,53; p < 0,05), IDH-longevidade (r = 0,62; p < 0,05) e IDH-renda (r = 0,70; p < 0,05).

Discussão

Os achados deste estudo sugerem que as taxas de mortalidade por leucemias e linfomas variam proporcionalmente às condições de vida no Brasil. Em outras palavras, quanto maior o grau de desenvolvimento socioeconômico de uma população, expresso em três dimensões fundamentais – saúde, renda e educação –, maior tende a ser o impacto de tais neoplasias na mortalidade. A justificativa para essa constatação diz respeito, sobretudo, às desigualdades relativas aos três pilares do desenvolvimento humano. Melhores condições de acesso às oportunidades de manter-se saudável, ao conhecimento e a um padrão de vida adequado implicam aumento da longevidade e, inerentemente, da população geriátrica – um forte preditor de uma maior mortalidade por doenças associadas ao envelhecimento, como neoplasias. Ademais, em populações com elevado IDH, o acesso ao diagnóstico tende a ser mais fácil e rápido e o registro de informações, mais rigoroso, o que contribui para a menor subnotificação de óbitos por leucemias e linfomas.

Conclusão

Unidades federativas com melhores indicadores socioeconômicos tendem a demonstrar maior taxa de mortalidade por casos registrados de linfomas e leucemias em relação às regiões com indicadores socioeconômicos inferiores. Tal quadro evidencia pontos-chave no que tange às grandes diferenças de realidade ainda existentes entre as regiões do Brasil. Quando se analisam doenças que possuem taxas de mortalidade diretamente relacionadas à longevidade e à qualidade de vida da população, as disparidades atreladas ao nível de desenvolvimento humano permitem compreender a influência da desigualdade social e econômica enraizada no país como fator que molda e altera fortemente a apresentação da saúde populacional.

O texto completo está disponível em PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas