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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S234 (Outubro 2022)
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MONÓCITOS E HEMÁCIAS DE PACIENTES COM POLICITEMIA VERA CONTRIBUEM PARA AUMENTO DA ERITROFAGOCITOSE E DA EXPRESSÃO DE MOLÉCULAS ENVOLVIDAS COM O METABOLISMO DO FERRO
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MD Borges, DM Albuquerque, C Lanaro, KBB Pagnano, RS Costa, FF Costa
Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
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Policitemia Vera (PV) é uma doença caracterizada pela superprodução de células vermelhas, resultando em um estado crônico de eritropoese em estresse. Anteriormente, nós observamos que os monócitos circulantes de pacientes com PV expressam moléculas relacionadas aos macrófagos de ilhas eritroblásticas, como CD169, CD163, VCAM1 e Sirp-α e têm participação da eritrofagocitose de hemácias circulantes. O aumento da fagocitose pode levar a um desequilíbrio do metabolismo do ferro para compensar a maior entrada desse metal e evitar morte celular relacionado ao seu acúmulo, a chamada ferroptose. O objetivo deste trabalho foi investigar se a atividade fagocítica está relacionada aos monócitos ou às hemácias desses pacientes e qual a consequência para o metabolismo do ferro por esses monócitos. Para isso, monócitos de seis pacientes PV e de seis indivíduos controle (CTRL) isolados de sangue periférico foram incubados por 2 horas com hemácias de um dos dois grupos, previamente marcadas com um corante de membrana, para realização da fagocitose. As hemácias não fagocitadas foram lisadas e as marcações com os anticorpos anti-ferroportina (FPN) e anti-heme-oxigenase-1 intracelular (HO-1) foram feitas. As porcentagens de expressões foram medidas por citometria de fluxo e as análises estatísticas foram realizadas através do teste t-Student pareado (p < 0,05). Independente da origem do monócito, foi observada maior porcentagem de fagocitose das hemácias de pacientes PV do que das hemácias CTRL (9.28 ± 4.42 vs 2.77 ± 4.63, respectivamente, para monócitos controles **p = 0,006). Além disso, quando expostos a hemácias de pacientes PV, os monócitos dos pacientes têm maior porcentagem de fagocitose do que os de indivíduos CTRL (21.2 ± 6.14 vs 9.28 ± 4.42, respectivamente, **p = 0,002). Isso mostra que tanto os monócitos quanto as hemácias influenciam no aumento da atividade fagocítica visto nesse grupo de pacientes. Quanto ao metabolismo do ferro pós-fagocitose de hemácias de pacientes PV, os monócitos que fagocitaram apresentaram maior expressão de HO-1 do que aqueles que não fagocitaram (CTRL: 59.54 ± 8.28 vs 89.36 ± 1.53, **p = 0,001; PV: 61.67 ± 15.53 vs 92.08 ± 5.47, ***p = 0,0007). Isso indica uma maior capacidade de quebrar o heme liberado pelas hemácias fagocitadas. O mesmo aumento foi visto na expressão de FPN: os monócitos que fagocitaram, apresentaram maior expressão de FPN (CTRL: 64.63 ± 6.27 vs 79.8 ± 4.90, ***p = 0,0007; PV: 53.17 ± 16.50 vs 70.92 ± 17.03, **p = 0.0013), indicando maior capacidade de exportar o ferro resultante da reciclagem das hemácias. Esses aumentos foram vistos nos dois grupos de monócitos, sendo relacionado apenas com a fagocitose. Além disso, foi observado que os monócitos dos pacientes com PV apresentam menor expressão de FPN quando comparado aos monócitos de indivíduos CTRL independentemente da fagocitose, sugerindo que eles tenham maior capacidade de estocar o ferro em forma de ferritina intracelularmente. A elevada fagocitose por parte dos monócitos de paciente PV observada in vivo parece ter contribuição tanto dos monócitos quantos das hemácias desses indivíduos. Além disso, parece existir ligação direta entre fagocitose e aumento da expressão de moléculas ligadas à quebra do heme e ao efluxo de ferro das células, possivelmente aumentando a disponibilidade de ferro para a demanda na produção eritrocítica.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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