
Demonstrar os efeitos adversos para implementação da assistência de enfermagem proativa.
Material e métodosBaseados nas experiências, após o treinamento da equipe de enfermagem e residentes de enfermagem do hospital referência em hemoterapia e hematologia no estado de Pernambuco ( HEMOPE).
ResultadosMarço de 2023, ANVISA aprova uso do Teclistamabe, indicado para o tratamento de pacientes adultos com mieloma múltiplo recidivado ou refratário. Administração é de acordo com o cronograma de doses para escalonamento reduzindo a incidência e a severidade de síndrome de liberação de citocinas (SLC). Pode causar toxicidade neurológica grave ou com risco de vida, incluindo Síndrome de Neurotoxicidade Associada a Células Efetoras Imunes (ICANS). Recomenda-se hospitalização por 48 horas após administração de todas as doses. Os sintomas leves incluem: febre, fadiga, cefaléia, irritações na pele, artralgia. Os graves: Hipotensão, febre alta, choque circulatório , permeabilidade vascular, falha sistêmica de vários órgãos, coagulação intravascular disseminada. Considerando relevante o uso de pré- medicamentos que reduz o risco da síndrome de liberação de citocinas (SLC) e outros eventos adversos, que ocasionam sintomas leves a graves no decorrer do tratamento, contudo mesmo em face dos efeitos, não houve necessidade da interrupção do tratamento. Os pré-medicamentos utilizados são Corticosteroides, antipiréticos e anti-histamínicos 1-3 horas antes de cada dose de escalonamento, precedendo também a primeira dose completa.
DiscussãoRepresenta o primeiro anticorpo biespecífico aprovado no Brasil para o tratamento do mieloma múltiplo, pode causar síndrome de liberação de citocinas (SLC), incluindo reações com risco de vida ou fatais. A equipe de atendimento realizará testes e monitorará os sintomas para planejar o melhor curso de tratamento. Para avaliação e classificação da SLC é utilizada a escala de Pontuação de Encefalopatia de Células Efetoras Imunes (ICE),que avalia o nível de consciência ,grau de toxidade e ações, aplicada antes e durante o tratamento, indicado que seja feita no mínimo duas vezes ao dia e sempre que o paciente apresentar alterações. Caso o paciente apresente sintomas graves, o monitoramento passa a ser feito a cada 4h. A avaliação neurológica para verificar a toxicidade no sistema nervoso central inclui o estado mental, dor de cabeça e movimentos anormais, essa deve ser realizada a cada 8 horas ou sob qualquer alteração. Pacientes com neurotoxicidade grave podem precisar de tratamento em unidade de terapia intensiva.
ConclusãoA eficácia do imunomodulador e um anticorpo monoclonal anti-CD38, pode causar efeitos adversos significativos (toxicidade). A síndrome de citocinas é uma complicação grave que pode ocorrer com a imunoterapia. Os riscos são monitorados constantemente, a assistência de enfermagem se concentra nos sintomas e no suporte às funções dos órgãos. O sucesso na assistência depende de uma avaliação contínua e da adaptação das intervenções conforme a resposta do paciente ao tratamento. É importante evidenciar ações de educação específica para melhor capacitação e atualização de conhecimentos da enfermagem referentes aos eventos adversos para um cuidado integral e eficaz do paciente.