Introdução: O Mieloma Múltiplo (MM) é uma neoplasia caracterizada pela proliferação desregulada e clonal de plasmócitos na medula óssea. A evolução da doença inclui: destruição óssea, falência renal, supressão da hematopoiese e risco de infecções. Essa doença representa 1% de todas as malignidades e tem como acometimento de sistema nervoso central (SNC) uma complicação rara. Objetivos: Relatar caso de paciente jovem diagnosticada com MM refratário com lesões em SNC. Relato de caso: Paciente feminina, 37 anos, inicia com cefaleia de difícil controle e investigação identifica lesões ósseas em calota craniana. Laboratoriais evidenciaram anemia, imunoparesia, elevação de LDH e Beta2-microglobulina. Mielograma confirmou diagnóstico de MM cadeia leve lambda. FISH identificou cariótipo complexo com 3 anormalidades. Iniciou quimioterapia conforme protocolo CyBorD. Durante 1° ciclo, paciente apresentou perda de acuidade visual em olho direito. Tomografia evidenciou plasmocitoma em base de crânio com compressão de II par craniano (PC). Realizada cirurgia descompressiva com boa resposta clínica. Após 6 ciclos, evoluiu com piora de cefaleia associada à paralisia de VI PC à direita. Submetida à ressonância magnética que ao evidenciar novo plasmocitoma em base craniana, configurou perda de resposta. Diante disso, paciente recebeu tratamento com Daratumumabe, Talidomida e Dexametasona, sem resposta satisfatória persistindo com expansão de lesões ósseas em calota craniana além de proptose ocular direita. Iniciou protocolo DT-PACE, evoluindo com remissão quase completa das lesões em crânio. Foi submetida ao transplante de medula óssea autólogo com resposta parcial. Mantida com manutenção com Carfilzomibe, Lenalidomida e Dexametasona (Krd), mas apresentou progressão da doença, evoluindo com múltiplos plasmocitomas em calota craniana e arcos costais refratários às medidas terapêuticas. Paciente evoluiu a óbito 7 meses após o transplante. Discussão: O MM acomete principalmente idosos e apenas 2% dos pacientes possuem menos de 40 anos de idade. O envolvimento do SNC ocorre em 1% dos casos e pacientes jovens são mais propensos a desenvolver lesões neste local. A causa exata da infiltração no SNC é desconhecida, podendo ocorrer por contiguidade ou por via hematológica. Os sintomas mais comuns são alterações visuais, radiculopatia, cefaleia, confusão, tontura e convulsões. Neste caso, a clínica presente faz referência, primeiramente, a invasão óssea da calota e, por contiguidade, à invasão leptomeníngea característica do MM no SNC. A melhor terapêutica é desconhecida, mas o tratamento sistêmico isolado ou combinado com radioterapia aparenta melhorar a sobrevida dos pacientes. Ainda assim, o prognóstico é desfavorável, sendo a sobrevida média após o acometimento do SNC de aproximadamente 7 meses. Conclusão: Assim, por mais que o MM seja geralmente diagnosticado em idosos, é importante atentar quando jovens possuem o quadro típico. Ademais, apesar do prognóstico ser desfavorável, sobretudo com o envolvimento em SNC, o tratamento precoce pode aumentar a sobrevida do paciente.
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