
Analisar os estudos mais atuais que relatam alguns métodos cirúrgicos para o tratamento de complicações associadas à esferocitose hereditária.
Materiais e métodosRevisaram-se artigos dos últimos 5 anos na base de dados MEDLINE usando os MeSH terms “Hereditary spherocytosis” AND “Splenectomy”. Ao todo foram encontrados 75 estudos. 43 artigos foram excluídos porque não atendiam a temática abordada. Apenas estudos originais em humanos foram considerados, sendo os demais modelos de estudos excluídos da seleção. Ao todo 8 artigos compuseram esta revisão.
ResultadosDentre os estudos selecionados, observou-se que os cirurgiões preferem esplenectomia total (ET) a esplenectomia parcial (EP) devido ao menor risco de reoperação, mesmo na abordagem laparoscópica. Quando necessário, a técnica aberta é utilizada como alternativa. Foi relatado que há benefícios para crianças menores de 5 anos na EP e, embora não haja vantagens substanciais em comparação com a ET, é possível observar uma melhora no padrão imunológico. Outros autores apontaram que tanto a ET quanto a EP resultam na melhora sustentada nos parâmetros hematológicos até 5 anos após a cirurgia, e a escolha da técnica é baseada na gravidade da doença e nos objetivos a longo prazo. A embolização foi vista como segura e eficaz, diminuindo o trauma comparado a outras cirurgias, como a ligadura de vasos esplênicos e EP, e ampliando a faixa etária para cirurgia. Limitações encontradas foram: o número restrito de amostra em alguns estudos e a perda da continuidade dos pacientes ao longo dos anos.
DiscussãoA esferocitose hereditária é causada por um defeito genético que leva à deformação da membrana do eritrócito, formando esferócitos em vez de células bicôncavas. Essa alteração impede que as hemácias atravessem a microvasculatura, sendo aprisionadas em grande quantidade, principalmente, nos capilares esplênicos, sendo uma das principais causas de anemia hemolítica na criança. Nesse cenário, a ET é o principal tratamento, sendo a intervenção padrão para essa afecção quando muito sintomática, mesmo na população < 5 anos. Nas cirurgias de EP foram relatadas mais complicações e necessidade de reoperação, além de maior tempo de internação. Ademais, a EP laparoscópica apresentou mais desafios em relação à ET devido a variações anatômicas. Observou-se que a ET é preferida, mesmo na população < 5 anos, sendo necessários mais estudos acerca da EP.
ConclusãoEmbora existam pesquisas que analisam outros métodos cirúrgicos envolvidos no tratamento sintomático da doença, ainda são necessários mais pesquisas quanto a EP.