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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S989 (outubro 2024)
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HEMO 2024
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MENINGOENCEFALITE POR LISTERIA MONOCYTOGENES EM PACIENTE SUBMETIDO A TRANSPLANTE AUTÓLOGO DE MEDULA ÓSSEA: UM RELATO DE CASO
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LS Gonçalves, ACAA Lima, SS Soares, NVN Carvalho, FPP Sacre, CMB Junior, JB Santos, MD Costa, RLR Baptista
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, Brasil
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Introdução

AListeria monocytogenes é uma bactéria que pode infectar humanos após a ingestão de alimentos contaminados. Em indivíduos imunocompetentes, em geral, causa gastroenterite leve, mas em imunossuprimidos pode levar a infecções graves como sepse e meningite. Após Transplante de Medula Óssea (TMO), a listeriose é rara, com incidência de 0,4% a 0,6%.

Apresentação do caso

Paciente masculino de 61 anos, hipertenso, com diagnóstico de linfoma não Hodgkin difuso de grandes células B estágio I refratário ao tratamento com R-CHOP, foi submetido à quimioterapia de resgate com redução completa da massa em axila direita e foi internado no Hospital Universitário Pedro Ernesto (HUPE) para consolidação com TMO autólogo. Durante o período de aplasia, evolui com quadro de febre e calafrios associados à diarreia, seguido de crises convulsivas tônico-clônicas generalizadas, miose e rebaixamento do sensório. A tomografia de crânio não apresentava alterações. As hemoculturas e o painel FilmArray do líquor identificaram a bactéria Listeria monocytogenes, configurando diagnóstico de meningoencefalite. Foi iniciado tratamento com ampicilina e gentamicina guiado por antibiograma e, devido à piora clínica e suspeita de coinfecção por germe resistente, foi escalonado para meropenem. Após antibioticoterapia e internação prolongadas, o paciente evoluiu com melhora progressiva do quadro neurológico, com reabilitação completa. No momento, encontra-se em remissão do linfoma, em acompanhamento no ambulatório de hematologia.

Discussão

Este consiste em um caso raro de neurolisteriose, que ocorreu durante o TMO autólogo, correspondendo ao primeiro caso registrado no HUPE. A literatura sugere que pacientes submetidos a TMO são mais susceptíveis a desenvolver listeriose e a linfopenia severa foi identificada como fator de risco associado. A maioria dos pacientes que desenvolveram quadro neurológico apresentava hemocultura positiva. Estudos revelam que febre e diarreia representam os principais sintomas, e sinais focais como crises convulsivas são pouco frequentes nos pacientes submetidos a TMO. A mortalidade dos pacientes com neurolisteriose é estimada em 30% e muitos evoluem com sequelas. O tratamento deve ser realizado com antibioticoterapia por pelo menos três semanas. Devido à morbimortalidade elevada e apresentação clínica inespecífica nesses pacientes, é importante a suspeita e investigação de neurolisteriose nos pacientes com bacteremia por Listeria monocytogenes.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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