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Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S198-S199 (Outubro 2023)
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MATURAÇÃO FUNCIONAL E ATIVAÇÃO DE CÉLULAS NATURAL KILLER DISTINGUEM MIELOFIBROSE PRÉ-FIBRÓTICA E FIBRÓTICA
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M Medeirosa,b, CAB Garciaa,b, LS Binéllia,b, IA Lopesa,b, JTB Fariaa, PS Scheuchera,b, JLDS Schiavinatoa,b, LL Figueired-Pontesa,b
a Divisão de Hematologia, Hemoterapia e Terapia Celular, Departamento de Imagens Médicas, Hematologia e Oncologia Clínica, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil
b Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto (FUNDHERP), Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, SP, Brasil
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A Mielofibrose Primária (MFP) é uma neoplasia mieloproliferativa iniciada por mutações na célula-tronco hematopoética (e. g. JAK2V617F) e pode ser classificada de acordo com o grau de fibrose na medula óssea em pré-fibrótica (MFPPF; grau de fibrose <1) e fibrótica (MFPF, grau de fibrose ≥2). Enquanto a MFPPF geralmente possui melhor prognóstico (baixo risco, MIPSS70), as MFPF possuem estratificação de risco mais avançada (riscos intermediários 1 e 2 e alto, MIPSS70). Demonstramos previamente que células Natural Killer (NK) possuem disfunções numéricas e funcionais em MFP. Acreditando que tal deficiência pode contribuir para a expansão neoplásica, hipotetizamos que o perfil de células imunes citotóxicas é diferente de acordo com o estágio e tipo histológico de MFP, levando ao fenótipo clínico diverso. Objetivamos caracterizar o perfil diferencial de células NK em pacientes com MFPPF e MFPF. Para isso, sangue periférico de pacientes com MFP, 3 MFPPF e 3 MFPF, e doadores saudáveis (n = 4, controles: CT), do Hospital das Clinicas de Ribeirão Preto (diagnosticados entre agosto-2022 a junho-2023) foi analisado, por meio de citometria de fluxo multiparamétrica quanto à frequência (CD45hiCD19CD3−CD56+), subtipos (CD56dim citotóxica, CD56bright secretória; CD57+ madura; e CD11bCD27 tolerante, CD27+CD11b secretória imatura, CD27+ CD11b+ secretória madura, CD11b+CD27: citotóxica) e expressão de receptores de ativação (NKp80 e CD335) e inibição (CD158a) de células NK. MFPF apresentou menor frequência de NK total (CT: 52,20 vs MFPPF: 5,53% vs MFPF: 1,28%, p = 0,045) e seus subtipos CD56dim (CT: 42,04% vs MFPPF: 0,30% vs MFPF: 0,10%, p = 0,013), CD56bright (CT: 9,41 vs MFPPF: 0,27 vs MFPF: 0,017, p = 0,03) quando comparado a MFPPF e CT. De forma semelhante, também foi observada redução em MFPF em relação a MFPPF e CT de NKs CD11b+CD27 (CT: 90,88% vs MFPPF: 4,08% vs MFPF: 1,69%, p = 0,017), CD11bCD27 (CT: 4,46% vs MFPPF: 0,84% vs MFPF: 0,18%, p = 0,006), CD11b+CD27 (CT: 0,26% vs MFPPF: 0,07% vs MFPF: 0,01%, p = 0,16) e CD11b+CD27+ (CT: 4,43% vs MFPPF: 0,256% vs MFPF: 0,028%, p = 0,017). Foi observado um aumento de NK madura CD57+ e CD57+NKp80+ em MFPF quando comparado à MFPPF (CT: 45,95% vs MFPPF: 0,38% vs MFPF: 0,47%, p = 0,017; e CT: 87,88% vs MFPPF: 0,34% vs MFPF: 0,45%, p = 0,017, respectivamente). Por outro lado, a frequência de NKp80 em relação à NK total foi menor em MFPF (CT: 87,28% vs MFPPF: 0,63% vs MFPF: 0,35%, p = 0,017). Houve uma redução na frequência dos receptores CD335 e CD158a em MFPF quando comparado à MFPPF em NK total (CT: 39,2% vs MFPPF: 0,74% vs MFPF: 0,05%, p = 0,002; CT: 45,77% vs MFPPF: 1,1% vs MFPF: 0,25%, p = 0,013, respectivamente). Já dentro da população de células NK CD57+ teve uma redução na frequência de CD335 e aumento de CD158a em MFPF quando comparado à MFPPF (CT: 34,91% vs MFPPF: 0,01% vs MFPF: 0,004%, p = 0,013; e CT: 39,39% vs MFPPF: 0,01% vs MFPF: 0,1%, p = 0,006, respectivamente). Pacientes com MFP na fase fibrótica possuem um perfil NK menos citotóxico e com menor frequência de CD335 e maior frequência de CD158a em células maduras, indicando menor ativação de células NK. Este desbalanço de receptores e diminuição da capacidade citotóxica de células NK é mais uma das características diferenciais entre as fases da MFP, sugerindo que são duas doenças de eventos clínicos e risco de progressão diversos.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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