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Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S168 (outubro 2023)
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HEMO 2023
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LLC: EXPLORANDO COMORBIDADES, TOXICIDADE E SUSPENSÃO DO TRATAMENTO - ANÁLISE RETROSPECTIVA DE 95 PACIENTES NO HOSPITAL LUXEMBURGO
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EMS Krogera, GF Mendesb, JFDCL Casasb, RLB Lacerdab, VL Oliveiraa, NCD Amaralb, JL Vendraminib, TS Soaresa, FL Nogueiraa,b, PHFDCL Casasa,b
a Hospital Luxemburgo (HL), Belo Horizonte, MG, Brasil
b Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG, Brasil
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Este artigo faz parte de:
Vol. 45. Núm S4

HEMO 2023

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Introdução/Objetivos

Este estudo abordou a Leucemia Linfocítica Crônica (LLC) com foco na análise de um grupo de 95 pacientes durante o período de janeiro de 2021 a dezembro de 2022, buscando traçar um perfil abrangente da doença. Embora a investigação inicialmente procurasse correlacionar positividade para CD38 com prognóstico, essa associação foi rara na amostra, limitando análises estatísticas.

Material e métodos

Foi realizada avaliação retrospectiva com base em coleta de dados de prontuários de pacientes do ambulatório de doenças linfoproliferativas do HL e que se encaixavam nos critérios de inclusão: (1) Diagnóstico de LLC/ Linfoma Linfocítico; (2) Ter sido avaliado no HL entre janeiro de 2021 e Dezembro de 2022. Foram critérios de exclusão: (1) dúvida diagnóstica e (2) Indisponibilidade de acesso a exames comprobatórios do diagnóstico.

Resultados

Os resultados destacaram a faixa etária variada dos pacientes (43 a 89 anos), com uma mediana de 67 anos, sendo a maioria com pelo menos uma comorbidade, frequentemente ligada a doenças cardiovasculares, diabetes e neoplasias. Os sintomas predominantes foram linfonodomegalias e sintomas B. O tratamento diversificado envolveu 55% dos pacientes necessitando de pelo menos uma linha de tratamento, predominantemente na primeira linha com clorambucil em monoterapia (85%). Resultados do tratamento com clorambucil exibiram taxas de resposta parcial (34%) e possíveis respostas completas (7%), porém cerca de um terço (34%) dos pacientes teve tratamento interrompido prematuramente, principalmente por toxicidade.

Discussão

Em nossa pesquisa, destacamos a predominância de pacientes idosos, em consonância com a literatura atual. A mediana de idade de 67 anos amplifica a coexistência de comorbidades entre os pacientes, uma característica do perfil epidemiológico. Essas comorbidades, por sua vez, influenciam o metabolismo do clorambucil e podem potencializar os efeitos da sua toxicidade. Considerando a natureza indolente e incurável da doença, o manejo adequado deve priorizar a qualidade de vida e a gestão cuidadosa dos efeitos adversos das terapias. No contexto em que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece o clorambucil como principal terapia, surge o desafio de lidar com possíveis efeitos tóxicos, especialmente pronunciados em uma população idosa e com diversas comorbidades. No HL, o Clorambucil foi usado como primeira linha e em monoterapia por 85% dos pacientes. Essa complexidade aumenta o risco de interrupção do tratamento, sendo observado uma taxa de suspensão de tratamento devido a toxicidade de 34%. e apenas 44% dos pacientes receberam 6 ciclos de clorambucil. A mediana de sobrevida livre de progressão foi de 12 meses. 22 pacientes receberam segunda linha de tratamento, sendo o esquema mais utilizado o baseado em Fludarabina. 18 pacientes faleceram, dentre eles 9 por COVID-19, sendo importante ter em vista a relevância do cenário epidemiológico no período estudado.

Conclusão

A viabilidade de tolerância ao tratamento proposto deve ser criteriosamente avaliada, considerando-se a alta carga de comorbidades, característica do perfil epidemiológico dos pacientes com LLC. Notavelmente, o uso em monoterapia de clorambucil, opção disponível pelo SUS, não é bem tolerado por alguns pacientes, resultando em interrupções precoces devido a toxicidade.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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