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Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S87-S88 (Outubro 2021)
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LINFOMA PRIMÁRIO DE OSSO TEMPORAL: RARO CASO NA LITERATURA
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FM Carlottoa, NB Corrêaa, C Zanotellib, D Weberb
a Universidade de Passo Fundo (UPF), Passo Fundo, RS, Brasil
b Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), Passo Fundo, RS, Brasil
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Introdução

Os linfomas são um conjunto de doenças linfoproliferativas variadas, tradicionalmente divididas em Linfoma de Hodgkin (LH) e Linfomas Não Hodgkin (LNH). Os LNH podem acometer sítios extra nodais em 30% dos casos, e o acometimento do osso temporal representa menos de 0,2% de todos os tumores de cabeça e pescoço. Relatamos um caso de um paciente diagnosticado com Linfoma Não Hodgkin na região do osso temporal, assim como seu diagnóstico e tratamento.

Relato do caso

Homem, 53 anos, previamente hígido, procurou atendimento em setembro de 2019 com quadro de otalgia associada a paralisia facial direita há 12 dias. Ao exame físico, paralisa facial direita. Tomografia Computadorizada (TC) de crânio e cervical demonstrou lesão expansiva de 3,8 por 2,3 cm nos maiores eixos, de contornos mal definidos que se iniciava no conduto auditivo externo direito, se estendia até a orelha média, e tinha íntimo contato com o seio sigmoide à direita. Realizada mastoidectomia radical para ressecção do tumor. Análise de líquor sem população clonal. Imunohistoquímica da lesão do conduto auditivo sugestiva de Linfoma Não Hodgkin Difuso de Grandes Células B (LNHDGCB). Como ausência de infiltração meníngea ou lesões em SNC, foi optada pela realização de protocolo quimioterápico R-CHOP por 6 ciclos e metotrexato sistêmico profilático. Paciente evoluiu bem no decorrer do tratamento, porém ressonância magnética de controle pós término da quimioterapia evidenciou permanência da lesão na mastoide apesar da redução nas suas dimensões. Seguiu tratamento com 20 sessões de radioterapia, para complementação terapêutica. Após término da radioterapia, a lesão na mastoide direita permaneceu inalterada. Assim, realizada nova biópsia em novembro de 2020, sem evidência de neoplasia. Em fevereiro de 2021, paciente procurou serviço de emergência com cefaleia de difícil controle e dor óssea, principalmente em arcos costais. TC com aumento importante da lesão em mastoide direita e múltiplas lesões líticas em calota craniana, arcos costais, clavícula, úmero proximal, escápula, pelve e fêmur proximal, além do surgimento de adenomegalias cervicais e axilares. Imunofenotipagem de líquor sugestiva de doença linfoproliferativas de linhagem B. Iniciado tratamento quimioterápico com protocolo HyperCVAD ciclo B, associado a quimioterapia intratecal. Entretanto, paciente com piora clínica dias após início da quimioterapia, evoluindo com pancitopenia severa, perda performance status e dor óssea intratável. Paciente evoluiu com parada cardiorrespiratória e óbito poucos dias após a admissão hospitalar.

Discussão

Os linfomas constituem 10% dos tumores de cabeça e pescoço. Os locais mais comuns de envolvimento extra nodal são o estômago e o trato gastrointestinal; no entanto, o linfoma pode se apresentar em qualquer tipo de tecido. O envolvimento ósseo compreende 1-2% dos casos; de forma que o envolvimento de osso temporal é extremamente raro, com poucos casos relatados na literatura. Conforme revisão de base de dados no MEDLINE realizada foram identificados 9 casos comprovados por biópsia envolvendo osso mastóide, local acometido pelo nosso paciente.

Conclusão

O LNH em osso temporal é uma entidade recentemente definida e por serem poucos ainda os trabalhos encontrados na literatura que visam defini-lo, conclui-se que ainda são necessárias pesquisas que possam melhor caracterizá-lo, para assim melhor dirigir o tratamento.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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