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Vol. 43. Núm. S1.
Páginas S86 (Outubro 2021)
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LINFOMA PLASMABLÁSTICO EM PACIENTE COM VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA – UM RELATO DE CASO
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AB Godoi, B Veroneze, MEB Abreu, G Campos, M Kozonoe, GMS Quadros, JSH Farias
Hospital Erasto Gaertner (HEG), Curitiba, PR, Brasil
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Linfoma plasmablástico é um subtipo incomum de linfoma não Hodgkin, caracterizado por um curso clínico agressivo e mais frequentemente diagnosticado em indivíduos portadores do vírus da imunodeficiência humana. O local de acometimento mais descrito nessa população é a cavidade oro-nasal e o trato digestivo. Também pode acometer indivíduos com outros tipos de imunodeficiência e surgir em sítios extra-orais. Pode ser associado ainda com infecção por EBV. Seu diagnóstico é desafiador devido à sobreposição de características de linfoma de alto grau e malignidades de células plasmáticas. Define-se pela proliferação difusa de grandes células neoplásicas que se assemelham a imunoblastos B ou plasmablastos, com CD 20 negativo e fenótipo plasmocítico. Paciente de 59 anos, sexo masculino, negro, mora sozinho e não tem familiares próximos. Ex-tabagista, apresenta déficit cognitivo moderado e periodontite com necessidade de exodontia, sem outras comorbidades conhecidas. Mãe e sobrinha falecidas por neoplasia, que não soube especificar. Relatou 2 meses de evolução de lesão em cavidade oral e emagrecimento de 5 kgs. Estava hipocorado (anemia com HB 9,9), emagrecido e apresentava lesão hiperermiada e invasiva de todo palato duro, com edema em região maxilar esquerda. Sorologia HIV foi reagente (carga viral de 136.411 e CD4 218) e iniciou TARV. Lesão foi biopsiada e diagnosticou-se Linfoma Plasmablástico: mucosa oral com neoplasia maligna indiferenciada de alto grau, ulcerada e infiltrativa. Imunohitoquímica com BCL2 positivo multifocal, CD3 policlonal, CK7, CK20 e CK34bE12 negativos, CD 20 negativo, ALK negativo, S100 negativo, KI67 80%, MUM1, EMA e CD 138 positivos, CD10, PAX5, CD30, Tdt e BCL6 negativos. Apresentava estadiamento IV de Ann Arbor, com PET/CT mostrando lesão expansiva (10 X 7 x 5 cm e SUV 37) em palato até cavidade nasal e tonsila palatina, com invasão e erosão óssea nos seios maxilares, linfonodopatia e discreta hepatomegalia. Foi iniciado tratamento com CHOP (ciclofosfamida, doxorrubicina, vincristina e prednisona), considerando tratar-se de paciente idoso, com condição cognitiva e social ruins, que impediam esquema mais intensivo. Paciente apresentou remissão da lesão após o segundo ciclo e segue em quimioterapia. Não há um regime de tratamento bem estabelecido na prática atual. Segundo a OMS, 75 % dos linfomas plasmablásticos em paciente HIV são diagnosticados já em estádio III ou IV e o prognóstico geralmente é reservado, com sobrevida entre 6 a 11 meses, devido à frequente refratariedade à quimioterapia e recaídas.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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