Introdução: Os linfomas constituem um grupo heterogêneo de doenças linfoproliferativas, cujo cerne fisiopatológico é uma célula neoplásica que sofre expansão clonal, formando então o tumor, o qual infiltra as estruturas linfoides e por conseguinte migra para tecidos extranodais. Tais entidades nosológicas dividem-se em linfoma de Hodgkin (LH) e não-Hodgkin (LNH), sendo o linfoma ósseo um subtipo raro do LNH, no qual o osso é o sítio primário do tumor - em contraponto ao acometimento nodal clássico. Apresenta-se como lesões ósseas destrutivas, solitárias ou múltiplas, e representa menos de 2% de todos os linfomas em adultos. Objetivo: Este trabalho objetiva relatar um caso de linfoma ósseo primário, sob a forma de lombalgia incapacitante, trazendo à tona a discussão sobre o seu diagnóstico e terapêutica. Relato de caso: Mulher, 57 anos, relata dor lombar há 1 ano, moderada, diária, progressiva, contínua, com melhora parcial após uso de opioide fraco. Há 06 meses, refere piora do quadro álgico, evoluindo para lombociatalgia de forte intensidade, que persiste até a admissão. Ao exame físico: hipocorada, força grau III em membro inferior direito e grau II em esquerdo. Trouxe exames: hemoglobina = 9.5; volume corpuscular médio= 93.8; leucócitos= 12.200. Para investigação, realizado mielograma, o qual revelou predomínio linfocitário compatível com linfoma não-Hodgkin. A tomografia computadorizada de abdômen evidenciou lesões líticas em gradil costal, quadril e fêmures, notando-se fratura em colo femoral esquerdo, com desalinhamento cranial. Constatou-se a ausência de linfonodomegalias, firmando então o diagnóstico de linfoma ósseo primário. Paciente evoluiu estável, sendo instituída quimioterapia, composta por ciclofosfamida, doxorrubicina, vincristina e prednisona (esquema CHOP). Prescrito sulfametoxazol + trimetropim 1,6 g/dia + 320 mg/dia como profilaxia para pneumocistose. Conclusão: O linfoma ósseo primário é uma doença rara e ainda carece de evidências científicas robustas a seu respeito. No contexto de dor óssea, outros possíveis diagnósticos mais comuns são elencados previamente, a exemplo das doenças inflamatórias, sobrecarga mecânica, acometimento neoplásico secundário e, por fim, doença neoplásica primária. Entretanto, ressalta-se a necessidade e a importância de reconhecer essa patologia, pois apesar de os dados serem limitados, os resultados clínicos são mais favoráveis em relação aos linfomas não ósseos de histologia comparável.
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