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Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S84 (Outubro 2022)
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LINFOMA HODGKIN PRECEDIDO DE PTI E LESÕES CUTÂNEAS: HÁ NEXO CAUSAL?
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NC Maiaa, FS Zottmanna, MP Luizona, A Silveiraa, JBCB Silvab
a Faculdade de Medicina São Leopoldo Mandic (FMSLM), Araras, SP, Brasil
b Clínica Medeiros, Campinas, SP, Brasil
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Objetivos

Descrever um caso de Linfoma Hodgkin (LH) que foi precedido de púrpura trombocitopênica imune (PTI) e lesões de pele que se acreditava ser Síndrome de Stevens Johnsons (SSJ) e comparar os achados com a literatura, a fim de compreender se há alguma associação entre essas patologias no mesmo paciente.

Material e métodos

Estudo realizado a partir de dados do prontuário de paciente e revisão de literatura.

Relato de caso

Trata-se de paciente feminino, 28 anos, que foi encaminhada para consulta hematológica devido a aumento dos níveis séricos de ferritina, evidenciado após um mês de internação hospitalar para investigação de lesões maculares eritematosas não descamativas por todo o corpo. A princípio foi cogitada a hipótese de SSJ e a paciente foi submetida a corticoterapia, sem sucesso. Tal hipótese foi perdendo força pois não foi encontrado uso de nenhum fármaco ou infecção que pudessem estar associados. Seu exame físico era normal, exceto por uma leve palidez cutâneo mucosa. Ao hemograma, havia anemia microcítica moderada e plaquetose discreta. Após um mês da primeira consulta na hematologia, a paciente evoluiu com inúmeras petéquias em membros inferiores e gengivorragia. Foi internada, recebeu diagnóstico de PTI e tratada com corticoterapia, com sucesso. Antes deste tratamento, foram pesquisadas possíveis etiologias para o quadro imune, sendo descartadas diversas doenças autoimunes, como por exemplo as do tecido conjuntivo. Exames de imagem identificaram linfonodomegalias abdominais e torácicas. Os linfonodos torácicos foram biopsiados e confirmaram o diagnóstico de LH clássico tipo esclerose nodular, estádio IIIB.

Discussão

Diante dos dados encontrados na literatura, a correlação entre doenças autoimunes e as linfoproliferativas já foi estabelecida. Entretanto, a associação LH e PTI não é das mais frequentes. Na maioria dos casos da literatura, a PTI se resolveu com o tratamento específico do LH. Neste caso, o diagnóstico do linfoma foi posterior ao da PTI, e a abordagem prévia do tratamento com corticoterapia para PTI obteve resultados positivos. O diagnóstico do LH só foi possível durante a investigação etiológica da PTI, já que não havia sinais e sintomas característicos inicialmente. Infelizmente, as lesões cutâneas que geraram o encaminhamento à hematologia não foram biopsiadas e, portanto, não foi possível estabelecer um nexo causal com a PTI nem com o LH.

Conclusão

O caso relatado destaca formas incomuns de apresentação do LH, o que salienta a necessidade de estudos futuros com casos semelhantes para maior entendimento.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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