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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S1095 (outubro 2024)
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HEMO 2024
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LINFOMA DIFUSO DE GRANDES CÉLULAS B DIAGNOSTICADO NA RECIDIVA DE LINFOMA DE HODGKIN COM MASSA BULKY MEDIASTINAL: RELATO DE 2 CASOS
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MN Goulartea, MV Antona, MEDS Rosaa, VM Molona, MP Lacerdaa, GS Bublitza,b, MZ Medeirosc, GR Gastald, S Dobnere, IS Boettcherd
a Universidade da Região de Joinville (UNIVILLE), Joinville, SC, Brasil
b Centro de Diagnósticos Anátomo Patológicos (CEDAP), Joinville, SC, Brasil
c Hospital Dona Helena (HDH), Joinville, SC, Brasil
d Hospital Municipal São José (HMSJ), Joinville, SC, Brasil
e Centro de Hematologia e Oncologia (CHO), Joinville, SC, Brasil
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Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

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Introdução

O Linfoma de Hodgkin (LH) é uma neoplasia linfoproliferativa altamente curável com quimioterapia, seguida ou não de radioterapia. A recidiva ocorre principalmente em pacientes com características desfavoráveis ao diagnóstico. Na hipótese de recidiva, a confirmação histológica é de suma importância, e pode alterar o tratamento, prognóstico e procedimentos desnecessários.

Objetivo

Descrever 2 casos de Linfoma Difuso de Grandes Células B (LDGCB), diagnosticados na hipótese de recidiva de LH, com discussão de sua apresentação clínica e evolução com o tratamento.

Resultados

Caso 1 – Masculino, 27 anos, LH clássico em 2018, subtipo tipo esclerose nodular e estadio II-BX, massa bulky mediastinal, com resposta metabólica completa à quimioterapia de 1ªlinha, com radioterapia de consolidação até dezembro de 2018. Procurou atendimento em abril/2023 com astenia há 3 dias, dor retroesternal há 1 mês e dispneia e sintomas B. TC de tórax revelou massa no mediastino anterior de 10 x 8cm e derrame pericárdico de 7cm. Nova biópsia maio/2023 com imunohistoquímica evidenciando LDGCB, não centro germinativo, CD20+, CD15+, CD30+, PAX-5+, Bcl-2+, Ki-67 de 85%, MUM1+, cMYC-. Sem observação de EBV por EBER-ISH. Revisão da biópsia de 2018 confirmou a histologia prévia de LH. Início de quimioterapia com R-ICE em 04/05/2023, e ciclo 4 em 18/09/2023, com resposta metabólica completa (Deauville 3) e massa mediastinal residual de 8cm (SUVmax = 1,5). Enquanto aguardava TCTH autólogo, apresentou progressão de doença, trocou de regime para DHAP, realização recente do 3ºciclo e aguarda reavaliação para programação de TCTH. Caso 2 – Feminina, 37 anos, com diagnóstico prévio de LH, tipo esclerose nodular estadio II-AX, massa bulky mediastinal, em outubro/2022. Realizou quimioterapia de 1ªlinha com resposta metabólica completa no interim PET e, opção por 6 ciclos de tratamento. Apresentou após o término do tratamento aumento de massa mediastinal de 19x50mm para 27x59mm, com SUVmax 19,2, Deauville = 5, e biópsia mediastinal, evidenciando LDGCB, centro germinativo, com revisão da biópsia do diagnóstico confirmando LH prévio. Realizou quimioterapia R-ICE seguida de TCTH autólogo, em seguimento ambulatorial e PET-CT de controle sem evidência de recidiva.

Discussão

Enquanto a observação de LDGCB no contexto de aparente recidiva tumoral de LH é uma ocorrência rara, reforça a necessidade de biópsia neste contexto, mesmo na topografia previamente acometida (mediastino). Não foi possível determinar nos casos um evento pró-oncogênico comum, como o EBV, ou mesmo avaliação citogenético-molecular que pudesse mapear um mesmo clone entre as diferentes etiologias. A opção por não utilizar antraciclina na primeira linha de LDGCB ocorreu pelo risco de toxicidade cumulativa após o tratamento de LH, e a indicação de TCTH se deu pelo alto risco de recidiva e baixa toxicidade antecipada nestes pacientes.

Conclusão

O diagnóstico de LDGCB em paciente com tratamento recente de LH requer avaliação cautelosa dos respectivos diagnósticos e envolve escolhas difíceis de tratamento, sobretudo no sistema público. Séries de caso neste contexto podem auxiliar a tomada de decisão em cenários semelhantes.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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