Compartilhar
Informação da revista
Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S387 (Outubro 2023)
Compartilhar
Compartilhar
Baixar PDF
Mais opções do artigo
Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S387 (Outubro 2023)
Acesso de texto completo
LINFOMA DIFUSO DE GRANDES CÉLULAS B EBV-POSITIVO
Visitas
305
NS Lira, JP Resende, SDB Silva, EM Pitaluga, JAS Abdon, FQ Bastos, MP França, GC Pereira, NCS Misael, FD Xavier
Hospital Universitário de Brasília (HUB), Universidade de Brasília (UnB), Brasília, DF, Brasil
Este item recebeu
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 45. Núm S4

HEMO 2023

Mais dados
Introdução

A Organização Mundial de Saúde (OMS) publicou em 2022 a nova classificação das neoplasias linfoides e reconheceu novamente o Epstein-Barr Vírus como tendo um papel importante no Linfoma Difuso de Grandes Células EBV-positivo.

Objetivos

Relatar o caso de uma paciente com LDGCB EBV+ e discutir a importância deste diagnóstico.

Materiais e métodos

Revisão de prontuário sem identificação da paciente, com obtenção de TCLE.

Relato de caso

Paciente de 79 anos, sexo feminino, apresentava lesão em dorso, de 7x6 cm, bordas eritematovioláceas, centro ulcerado, dolorosa, de evolução progressiva em 3 meses. A biópsia evidenciava infiltrado dérmico difuso por células grandes e atípicas, descoesas, áreas de necrose em meio a células linfoides e exocitose de linfócitos para a derme. A imuno-histoquímica foi positiva para BCL-2, BCL-6, CD10, CD20, CD30, EBV LMP-1, MUM-1 e Ki-67 90% (c-MYC negativo). Sorologia para EBV IgG positiva e IgM negativa e PCR para EBV negativo. PET-CT mostrava espessamento cutâneo e densificação do subcutâneo, hipermetabólico (SUV 21) e linfonodos hipermetabólicos nas cadeias axilares, medindo até 1,7x0,7 cm (SUV 8,6). Assim, o diagnóstico foi realizado, com estadiamento IV E de Lugano e IV A de Ann Arbor, R-IPI 3, ECOG 1, Karnofsky 80. Foram realizados 6 ciclos de R-mini-CHOP e novo PET-CT mostrou redução do metabolismo das lesões subcutâneas (SUV 3,8), porém houve surgimento de lesão hipermetabólica em terço distal de fêmur esquerdo (SUV 7,7), Deauville 5. Atualmente, a paciente encontra-se em terapia de resgate com R-GemOx.

Discussão

O LDGCB EBV+ foi descrito inicialmente em populações asiáticas, em pacientes com mais de 50 anos, sem imunodeficiência predisponente, com expressão de RNA codificado pelo EBV (EBER) nos núcleos das células malignas. Seu diagnóstico é reconhecido pela OMS como apresentando um padrão monomórfico difuso de grandes células como em qualquer LDGCB ou mais comumente um padrão polimórfico de grandes células em meio a um fundo reativo com numerosos linfócitos pequenos ou histiócitos. As grandes células podem parecer grandes centroblastos, imunoblastos e células de Hodgkin e Reed-Sternberg like. Necrose geográfica é comum. Expressa marcadores de células B: CD19, CD20, CD22 e CD79. CD30 está presente em 40% dos casos. A maioria apresenta o fenótipo de células B ativado (ABC), com expressão de MUM-1/IRF4 e negativo para CD10 e BCL-6. LMP-1 é expresso em 2/3 dos casos enquanto EBNA-2 em 1/3 dos casos. O diagnóstico é de exclusão, excluindo-se causas aparentes de imunossupressão como PTLD e infecção pelo HIV. A maioria dos pacientes apresenta desfecho desfavorável, como demonstrado em um estudo japonês, no qual pacientes com LDGCB EBV+ tiveram sobrevida global em 5 anos de 25% e pacientes com LDGCB EBV-negativo, 65%. Quando comparados R-CHOP e CHOP, as taxas de resposta global e resposta completa são maiores com a adição do anti-CD20.

Conclusão

O LDGCB EBV+ é um subtipo de linfoma agressivo com pior prognóstico. Sua incidência provavelmente é subestimada, pois os testes EBER não são realizados de forma rotineira nas análises de patologia. Novos estudos e terapias estão sendo investigados e poderão fornecer respostas para o tratamento dessa condição.

O texto completo está disponível em PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas