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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S1134 (outubro 2024)
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LINFO-HISTIOCITOSE HEMOFAGOCÍTICA SECUNDÁRIA A TUBERCULOSE MILIAR DISSEMINADA: UM RELATO DE CASO
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IM Almeidaa, MFGM Fernandesa, LM Pinheiroa, CM Lucinia, PHG Portala, LM Prestesa, DV Alvesa, KDS Martinsa, MY Castroa, JWO Romanovb
a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Porto Alegre, RS, Brasil
b Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), Porto Alegre, RS, Brasil
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Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

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Objetivos

O presente estudo tem como objetivo analisar um caso de linfo-histiocitose hemofagocítica (LHF) secundária à tuberculose miliar disseminada, assim como estudar as relações existentes entre essas duas patologias.

Relato de caso

Paciente do sexo masculino, 24 anos, previamente hígido, com histórico de tuberculose hepática tratada há 2 anos. Iniciou há 25 dias quadro de tosse produtiva com hemoptise, dispnéia, febre diária, diaforese noturna e perda ponderal de 13 Kg. Ao exame físico notava-se hepatoesplenomegalia dolorosa a palpação e ausculta pulmonar com roncos difusos. Os exames complementares evidenciaram pancitopenia com hemoglobina 6,1 g/dL, hematocrito 18.4%, plaquetas 7.000/mm3, leucocitos 2.660/mm3 e linfocitos 452/mm³. Desidrogenase láctica de 6.355 U/L, além de elevação de transaminases. A tomografia computadorizada de tórax revelou inúmeros micronódulos pulmonares de distribuição randômica dispersos difusamente no parênquima, com opacidades parenquimatosas no hemitórax esquerdo e lobo médio direito, apresentando escavações de tamanhos variados e alguns com paredes espessadas e opacidades atelectásicas. A tomografia de abdomen apresentou hepatoesplenomegalia com moderada quantidade de líquido livre na pelve e pequena quantidade no abdome superior. As sorologias para HIV, HBsAg, Anti HBs, HTLV, HCV, e VDRL apresentaram-se negativas. A suspeita diagnóstica foi confirmada com a dosagem de triglicerídeos 401 mg/dL e ferritina 33.000 ng/dL associado a citopenias. O tratamento foi iniciado com Levofloxacino, Amicacina e Etambutol. Paciente evoluiu com transferência para hospital especializado para seguimento do tratamento.

Discussão

A LHF é uma síndrome de ativação imunológica que pode ser desencadeada por infecções, malignidades ou doenças autoimunes. Neste caso, a LHF foi secundária à tuberculose miliar disseminada, uma condição severa que envolve múltiplos órgãos, como evidenciado pelos micronódulos pulmonares e hepatoesplenomegalia. A relação entre tuberculose e LHF é rara e preocupante, pela severidade das duas condições podendo levar a um quadro clínico mais grave. O diagnóstico de LHF é sustentado pela presença de sintomas como febre persistente, hepatoesplenomegalia e citopenias, além de exames como triglicerídeos elevados e ferritina extremamente alta. Esses achados estavam presentes no paciente, que também apresentou pancitopenia significativa e níveis elevados de LDH. A tuberculose miliar disseminada, confirmada pela cultura positiva para tuberculose, é frequentemente associada a estados de imunossupressão. A coexistência com LHF, embora rara, pode agravar significativamente a condição do paciente, exigindo uma abordagem terapêutica abrangente e agressiva. Este caso destaca a importância de considerar diagnósticos diferenciais e adicionais em pacientes com infecções graves e sintomas hematológicos inexplicados ou atípicos, sendo a identificação precoce da LHF e o início imediato de tratamento são cruciais para melhorar o prognóstico e a sobrevida desses pacientes, especialmente em contextos de infecções graves paralelas.

Conclusão

A LHF secundária à tuberculose miliar disseminada é uma condição rara, mas com prognóstico favorável quando o diagnóstico é feito precocemente e o tratamento é adequado. Assim, o relato ressalta a importância de conscientizar a comunidade médica sobre as relações entre essas duas patologias.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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