Compartilhar
Informação da revista
Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S455-S456 (outubro 2024)
Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S455-S456 (outubro 2024)
Acesso de texto completo
LEUCEMIAS MIELOIDES: AVALIAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA NO BRASIL
Visitas
380
MM Mantovani, DDN Ynoue, MCTO Guedes, GP Hruschka, GR Manzano, MEC Mangialardo, LCMC Dall'orto, VA Bastos, CM Duarte, L Niero-Melo
Faculdade de Medicina de Botucatu, Universidade Estadual Paulista (UNESP), Botucatu, SP, Brasil
Este item recebeu
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

Mais dados
Introdução

Leucemias mieloides correspondem a 1,48% do total de óbitos decorrentes de neoplasia no Brasil. Tanto a leucemia mieloide crônica (LMC) quanto a leucemia mieloide aguda (LMA) podem resultar em fase blástica com comprometimento sistêmico, que reduz drasticamente a sobrevida dos acometidos. O estabelecimento de perfil epidemiológico permite identificar a parcela da população mais acometida e suscetível à doença e fornece subsídios para maiores esclarecimentos em relação à etiopatogenia.

Objetivo

Levantar dados epidemiológicos provenientes do Atlas de Mortalidade por Câncer do Instituto Nacional de Câncer (INCA), com enfoque em pacientes diagnosticados com Leucemia Mieloide

Metodologia

O presente estudo é de caráter retrospectivo descritivo, embasado por análise de dados digitais. Os registros adotados sobre a mortalidade da Leucemia Mieloide (LM) foram coletados através do Atlas de Mortalidade por Câncer - Instituto Nacional de Câncer (INCA), considerando-se dados no período de 1979 a 2022. Os dados são de domínio público e, portanto, não se fez necessária submissão do projeto à avaliação do comitê de ética em pesquisa. A análise foi realizada pelo Google Planilhas. Para a avaliação da mortalidade causada pela LM, os dados foram agrupados conforme a Classificação Internacional de Doenças, 10ª Revisão (CID-C92). Inicialmente, foram selecionados CIDs de interesse no Atlas de Mortalidade por Câncer (Modelos 1, 2 e 10).

Resultados e discussão

Entre 1979 e 2022, foram registrados 97.550 óbitos por LM. A porcentagem de óbitos em relação ao total de mortes por neoplasias diminuiu 19,57%, de 1,84% (1,8% dos homens e 1,89% das mulheres) para 1,48% (1,51% e 1,45%, respectivamente). A maioria dos pacientes era do sexo masculino, concentrando, em números absolutos, 51.049 pacientes, ou 52,33%. A faixa etária mais acometida, também em números absolutos, foi de 70 a 79 anos. Os únicos intervalos de idade em que a quantidade de óbitos femininos ultrapassou os masculinos foram de 40 a 49 anos e com 80 anos ou mais. Nota-se diminuição na porcentagem de óbitos por LM em relação ao total de mortes por neoplasias a partir de 2003 (de 1,84% no período entre 1979 e 1983; 1,85% entre 1999 e 2003; e decréscimos nos anos seguintes que resultaram em 1,48% entre 2018 e 2022). Apesar da diminuição em termos relativos, foi observado aumento substancial na quantidade absoluta de óbitos por LM ao longo do tempo. Adotando o intervalo de 20 anos, compreende-se aumento de 106,8% entre 1982 e 2002 e de 50% entre 2002 e 2022. Já para intervalo de 40 anos (1982 a 2022), houve um aumento de 210%.

Conclusão

Ainda que a porcentagem de mortes por LM tenha diminuído quando comparada com o total de mortes por neoplasias, cerca de 100 mil óbitos por LM são registrados anualmente. Portanto, campanhas de doação de sangue que avaliam hemograma e favorecem descoberta precoce da doença são essenciais para obter maiores chances de sucesso no tratamento. Estudos que analisam população mais afetada e identificam fatores de riscos associados, são de fundamental importância, visto que fornecem maiores esclarecimentos em relação à etiopatogenia da LM. Assim, o desenvolvimento de novas terapias é favorecido a partir das informações específicas para cada perfil epidemiológico e sua relação com fatores de risco.

O texto completo está disponível em PDF
Baixar PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas