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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S1132-S1133 (outubro 2024)
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LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA EM IDOSOS – ANÁLISE RETROSPECTIVA
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385
GS Martineza, C Souzab, GO Duarteb, G Dufflesb, KBB Pagnanob
a Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-CAMPINAS), Campinas, SP, Brasil
b Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brasil
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Vol. 46. Núm S4

HEMO 2024

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Objetivos

Avaliar a presença de comorbidades, medicações concomitantes e desfechos do tratamento com imatinibe de pacientes com leucemia mieloide crônica (LMC) com idade maior de 60 anos ao diagnóstico.

Métodos

Estudo unicêntrico, retrospectivo, observacional. Foram coletados dados clínicos e laboratoriais do registro de pacientes com LMC tratados com imatinibe em primeira linha e dos prontuários médicos, com idade superior ou igual a 60 anos ao diagnóstico, entre 2014 e 2023. As comorbidades presentes no momento do diagnóstico de LMC foram classificadas como: cardíacas, tabagismo, hipertensão arterial sistêmica, doença arterial periférica, doenças renais, dislipidemia, distúrbios gastrointestinais, pulmonar, geniturinária, diabetes mellitus, distúrbios relacionados à tireoide, câncer prévio e outras comorbidades não classificadas. Os pacientes também foram avaliados quanto a uso de outras medicações concomitantes ao tratamento da LMC.

Resultados

Foram avaliados 38/135 (28%) pacientes com LMC com diagnosticados entre 2014 e 2023, com idade igual ou superior a 60 anos ao diagnóstico. A mediana de idade foi 67 anos (61-83), Sokal risco baixo ou intermediário (n = 21 ;65,6%) e alto risco (n = 11;34,4%), não avaliado em 8 pacientes. A mediana de comorbidades foi de 3 (4-10). Em relação às comorbidades, 9 (23,7%) apresentavam problemas cardíacos, 10 (26,3%) tabagismo, 24 (63,2%) hipertensão arterial sistêmica, 6 (15,8%) doenças renais, 7 (18,4%) possuem dislipidemia, 6 (15,8%) referem problemas gastrointestinais, 2 (5,3%) comorbidades pulmonares, 3 (7,9%) alterações de trato geniturinário, 12 (31,6%) diabetes, 5 (13,2%) patologias associadas à tireoide e 3 (7,9%) apresentaram câncer prévio. A mediana de medicações concomitantes ao imatinibe foi de 4 (4-10). A mediana de seguimento foi de 19 meses (1-89). A SG total foi de 78,4% aos 18 meses e 62,7 aos 30 meses, superior nos pacientes com Sokal baixo/intermediário vs. baixo risco (71% e 51,4%, respectivamente, P = 0,026). Na última avaliação 50% apresentava RMM, somente 15,8% resposta citogenética completa, 18% resposta hematológica, 8% em crise blástica. Houve 9 óbitos (23,7%)(um relacionado a LMC) e 3 casos evoluíram para CB; 2 (5,3%) não possuem informação.

Discussão

A maior parte dos pacientes apresentava várias comorbidades ao diagnóstico e medicações concomitantes, o que expõe a complexidade do manejo dessa população, refletindo a necessidade de atenção às interações medicamentosas e aos efeitos adversos. Algumas comorbidades, principalmente as como as cardiovasculares devem ser levadas em conta na escolha do ITQ. Em relação aos desfechos clínicos, observou-se que a maioria dos pacientes obteve boas resposta com imatinibe e um terço dos pacientes apresentava Sokal alto risco, com pior evolução. Mesmo assim, as principais causas de mortalidade nessa população não foram relacionadas à LMC.

Conclusão

O uso de medicações concomitantes ao imatinibe e a presença de comorbidades são um desafio nos idosos com LMC. O estudo destaca que o manejo das comorbidades é essencial para o desfecho e prognóstico da doença.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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