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Vol. 46. Núm. S4.
HEMO 2024
Páginas S486-S487 (outubro 2024)
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LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA COM NEGATIVAÇÃO DA MUTAÇÃO T315I APÓS IFN-A: RELATO DE CASO
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JR Moraesa, M Higashia, LL Almeidaa, LP Queiroza, D Azumaa, TCO Gigeka, JPS Siqueiraa, DFC Netoa, MM Pauloa, R Perezb
a Hospital Amaral de Carvalho (HAC), Jaú, SP, Brasil
b Universidade São Francisco (USF), Bragança Paulista, SP, Brasil
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HEMO 2024

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Objetivo

Descrever um caso de Leucemia Mieloide Crônica (LMC) com resistência ao Imatinib, apresentando mutação T315I do BCR-ABL e o desaparecimento do clone mutado após tratamento com IFN-a.

Materiais e métodos

Relato de caso por meio de coleta de dados do prontuário do paciente em acompanhamento no Hospital Amaral Carvalho, Jaú (SP).

Relato de caso

JSS, 69 anos, masculino, diagnosticado com LMC fase crônica em 2009, iniciou tratamento com Imatinib, não atingindo resposta molecular maior (RMM) após 12 meses de tratamento. Perfil mutacional: presença de T315I em 25% das células BCR-ABL. O transplante de medula óssea (TMO) alogênico foi contraindicado por ausência de doador. Assim, foi mantido Imatinib, por não haver opções terapêuticas disponíveis na época, atingindo RMM. Mantivemos o medicamento até 2015, quando houve perda de resposta, inclusive hematológica. Iniciamos, então, IFN-a 9.000.000UI 3x/semana, com resposta hematológica. Em 2021, pela indisponibilidade de IFN, iniciamos Hidroxiureia. Em 2024, optamos por nova avaliação do TMO. Realizado novo perfil mutacional, desta vez com ausência de T315I. Há 2 meses iniciou Dasatinib, aguardando a avaliação de resposta.

Discussão

Apesar do melhor prognóstico dos pacientes com LMC nos últimos 20 anos, com o advento dos inibidores de tirosina-quinase (ITK), equiparando à sobrevida global da população geral, a presença de mutações pontuais no domínio ABL, principalmente a T315I, ainda configura uma necessidade não atendida, uma vez que os ITKs de terceira geração com ação nessas mutações (ponatinib e asciminib) ainda não estão disponíveis, principalmente no contexto público. TMO alogênico ainda é uma das poucas opções para estes pacientes. IFN-a foi amplamente utilizado antes da era ITK, e um dos mecanismos de ação parece aumentar a resposta anti-leucêmica dos Lt citotóxicos, através de seu efeito-imunomodulador, ajudando no reconhecimento de antígenos de superfície das células da LMC (principalmente as stem cells primitivas), como proteinase 3, WT-1, hTERT ou MPO. Existem relatos de casos (poucos) nos quais o IFN-a sozinho, ou em associação com ITKs de primeira ou segunda geração, podem omitir o clone T315I. Este sinergismo pode ser explicado em parte pois a inibição do BCR-ABL pelos ITKs parece restaurar a via do IFN na célula leucêmica.

Conclusão

A LMC com mutação do T315I corresponde a 10-20% de todas as mutações em pacientes resistentes ao uso de ITK de primeira geração. No contexto público, em que o acesso aos ITKs de terceira geração é uma barreira, o uso de IFN, atualmente, peguilado, pode ser uma opção neste perfil de pacientes.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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