Síndrome Hipereosinofílica (SHE) é uma rara desordem mieloproliferativa marcada por aumento persistente de eosinófilos associado à lesão de órgãos. Variantes associadas a anormalidades no gene do receptor alfa para fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGFRA) apresentam boa resposta ao tratamento com Imatinibe. São poucos os relatos na literatura de desenvolvimento de Leucemia Mielóide Aguda (LMA) após SHE. Aqui, relatamos um caso que, além da raridade dessa associação, apresentou mutações distintas nas apresentações das doenças. Paciente masculino de 74 anos, com diagnóstico de Neoplasia Mielóide com Hipereosinofia e rearranjo PDGFRA, com cariótipo normal, sendo tratado com Imatinibe por dez anos, com resposta completa. Aproximadamente oito meses após a suspensão do tratamento, o paciente evoluiu subfebril, com astenia, sudorese noturna e pancitopenia. Em estudo de medula óssea foram evidenciados 22,5% de blastos positivos para CD13, CD33, CD34, CD36, CD38, CD71, CD117, HLA-DR, cyMPO, sendo compatível com LMA. Teste de FISH foi positivo para deleção do gene PDGFRB no cromossomo 5 e tetrassomia do gene BCR no cromossomo 22. Constatado cariótipo complexo e painel mielóide com variantes dos genes TP53 e DNMT3A. Optado por tratamento com Azacitidina e Venetoclax.
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Vol. 42. Núm. S2.
Páginas 164 (novembro 2020)
Vol. 42. Núm. S2.
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LEUCEMIA MIELÓIDE AGUDA EM PACIENTE COM DIAGNÓSTICO PRÉVIO DE SÍNDROME HIPEREOSINOFÍLICA
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