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Vol. 45. Núm. S4.
HEMO 2023
Páginas S260 (Outubro 2023)
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LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA COM KMT2A-PARTIAL TANDEM DUPLICATION: UMA SÉRIE DE CASOS
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CA Silva, FR Mendes, L Nardinelli, I Bendit, E Velloso, EM Rego, V Rocha, WF Silva
Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, SP, Brasil
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Introdução

Rearranjos envolvendo o gene KMT2A são comumente encontrados em leucemia mieloide aguda (LMA), sendo reconhecidos como alterações de prognóstico adverso nesta doença. Estes rearranjos são frequentemente detectados por cariótipo convencional, por hibridização in situ fluorescente ou técnicas de sequenciamento de nova geração (NGS). A duplicação parcial em tandem do gene KMT2A (KMT2A-PTD), embora descrita há quase 30 anos na LMA, é raramente pesquisada em painéis diagnósticos convencionais e pouca informação é disponível na literatura brasileira. Dados recentes apontam que esta alteração possui, além de impacto prognóstico adverso, perfil de expressão gênica diferente das LMAs com rearranjo do gene, além de um perfil característico de comutações. A classificação European Leukemia Net (ELN) 2022 destaca que esta alteração não modifica a categoria de risco do paciente. O presente estudo tem como objetivo avaliar a frequência da KMT2A-PTD em uma coorte de pacientes adultos com LMA, visando reportar sua frequência e características clínicas relacionadas. Métodos: A pesquisa do KMT2A-PTD foi realizada por RT-PCR, seguido de eletroforese em gel deagarose em amostras de medula óssea ou sangue periférico colhidas no diagnóstico da LMA. Todos os pacientes diagnosticados entre 2017 e 2021 no Hospital das Clínicas da FMUSP, com RNA disponível para análise foram incluídos. Os dados de prontuário foram revisados, assim como demais achados genéticos.

Resultados

Foram analisadas amostras de 106 pacientes adultos diagnosticados com LMA no período do estudo. O KMT2A-PTD foi encontrado em 6,6% (7/106). Desses pacientes, 57% eram do sexo masculino e a mediana de idade ao diagnóstico foi de 66 anos (48-79). Quanto ao número de leucócitos, a mediana encontrada foi de 20,3x10 3 (3.1 – 134.8). Na análise citogenética, seis dos pacientes apresentavam cariótipo normal (85%) e um deles apresentava inv(3) associada à deleção do cromossomo 7. Demais comutações foram encontradas: IDH2 (2/7), FLT3-ITD (1/7), FLT3-TKD (1/7) e NPM1 (1/7). Considerando a estratificação de risco genético da ELN, os casos seriam classificados como favorável (n = 1), intermediário (n = 5) e adverso (n = 1). Em relação ao tratamento implementado, 5/7 pacientes (71%) foram submetidos a indução convencional “7+3”, e outros dois foram considerados inelegíveis à terapia intensiva. Dos pacientes elegíveis, um faleceu por intercorrência infecciosa durante a indução e três foram refratários ao tratamento. Um único paciente respondeu a indução, sendo que aquele com a mutação NPM1. Após 1 ano e meio em remissão, apresentou recaída de doença, com resposta à terapia de resgate, porém recusou o transplante alogênico. No momento do presente estudo, apenas este paciente com NPM1 mutado recaído encontra-se vivo.

Conclusão

Nesta coorte de pacientes adultos com LMA, foi encontrada uma frequência semelhante daKMT2A-PTD à encontrada em literatura (3-11%). Esta alteração embora pareça estar associada à prognóstico adverso, é considerada insuficiente para leucemogênese de forma isolada. Relatos da literatura apontam uma alta frequência de mutação FLT3 e DNMT3Anestes casos, com expressão gênica diferente dos casos com fusão gênica envolvendo o mesmo gene. Os dados obtidos desta série apontam que, embora rara, esta alteração deveria ser pesquisada em todos os casos de LMA, visando melhorar a capacidade prognóstica e a implementação precoce de terapias alternativas nestes casos.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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