
Relato de caso de Leucemia Linfocítica T “large granular”(T-LGL).
Casuística e métodoRelatamos caso pouco frequente de paciente, gênero feminino, 69 anos, que foi encaminhada para investigação diagnóstica de linfocitose. Hb 10,4g/dL, Ht 32,6%, GB 36.640/mm3, neutrófilos 2.510/mm3, linfócitos 33.440/mm3, plaquetas 220.000/mm3. Predomínio de linfócitos com características “large granular”. Imunofenotipagem por citometria de fluxo: 82,1% de células que expressam CD2, CD3, CD4, CD5, CD7, CD8, CD10, CD16, CD56, CD57 e TCRalfa/beta e não expressam CD25, CD30, TCRgamma/delta.
Resultados e conclusõesA leucemia de linfócitos T “large granular”está classificada na OMS 2017 entre as neoplasias de células T e NK maduras, sendo caracterizada pela proliferação clonal destas células em associação a distúrbios autoimunes tais como artrite reumatoide e presença de citopenias. Sua prevalência é rara, correspondendo a 2 – 5% das neoplasias linfoproliferativas. A presença destas células (> 2000/mm³), por um período de 6 meses ou mais, a imunofenotipagem característica e a evidência de clonalidade do gene TCR Vbeta fecham o diagnóstico. Não há distinção morfológica entre estes linfócitos anômalos e os citotóxicos normais que apresentam tamanho maior, citoplasma abundante e grânulos azurófilos. A imunofenotipagem demonstra um fenótipo pós-tímico maduro constitutivo com CD3+, TCRalfa/beta+, CD4-, CD5dim, CD8+, CD16+, CD27-, CD28-, CD45RA+ e CD57+. O caso relatado apresenta um imunofenótipo menos frequente com expressão de CD4 e CD56. Ressaltamos neste relato a raridade do caso e a importância da análise morfológica e da citometria de fluxo para a conclusão diagnóstica.