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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID – 2603
Acesso de texto completo
LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA PEDIÁTRICA RECIDIVADA TRATADOS NO CENTRO INFANTIL BOLDRINI
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89
CC Omae, AC Azevedo, JC Yajima, MC Della Piazza, MB Amaral, C Mouco, A Salgado, J Takekoshi, JA Yunes, SR Brandalise
Centro Infantil Boldrini, Campinas, SP, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

A Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) é a neoplasia maligna mais comum na infância. Apesar dos avanços terapêuticos, que elevaram a taxa de sobrevida global para cerca de 94%, a recidiva permanece como uma das principais causas de falha terapêutica. Alcançar a cura definitiva continua sendo um desafio.

Objetivos

Avaliar os desfechos clínicos de pacientes pediátricos com LLA Ph-negativa recidivada, tratados em centro especializado, considerando imunofenótipo, risco ao diagnóstico, tempo e sítio da recidiva, visando identificar fatores prognósticos relevantes.

Material e métodos

Estudo retrospectivo de pacientes com LLA Ph-negativo, entre 1 e 18 anos, tratados no Centro Infantil Boldrini no período de abril de 2018 a julho de 2025. O tratamento inicial seguiu o protocolo AIEOP-BFM 2009 e, na recidiva, o UKALL R3 ou o BFM REZ 2002. Foram avaliadas as taxas de Sobrevida Global (SG), Sobrevida Livre de Eventos (SLE) conforme imunofenótipo, estratificação de risco ao diagnóstico, localização e tempo da recidiva. As recidivas foram categorizadas como muito precoces (<18-meses após o Diagnóstico [AD], precoces; >18-meses AD e <6-meses após o término do Tratamento [AT]) ou tardias (>6-meses AT).

Resultados

A recidiva ocorreu em 27 dos 336 pacientes (8%). A recidiva no grupo B derivado ocorreu em 21 pacientes de 283 (7.42%) e no grupo T derivado ocorreu em 6 pacientes de 53 (11,32%). Em relação à estratificação de risco ao diagnóstico, 13 pacientes de 332 no grupo B de baixo risco recidivaram (3,9%) e 8 pacientes de 83 no grupo B de alto risco (9,6%). Nas LLAs T derivadas, houve 1 recidiva de 15 no grupo de baixo risco (6,66%) e 5 pacientes de 38 (13,15%) no grupo de alto risco. A recidiva muito precoce ocorreu em 11 pacientes (40,7%), a precoce em 7 pacientes (25,9%) e a tardia em 9 pacientes (33,3%). Quanto ao sítio de recidiva, houve 10 pacientes com recidiva em medula óssea isolada (37,0%), 9 pacientes com recidiva combinada (33,3%) e 8 pacientes recaíram isoladamente em sistema nervoso central (29,6%). A SG e a SLE em 18 meses foram de 51% e 51,3%, respectivamente. A SLE foi de 58,4% na LLA-B e 33,3% na LLA-T. Por tempo de recaída, a SLE foi de 85,7% nas tardias, 50% nas precoces e 34,1% nas muito precoces.

Discussão e conclusão

Apesar das elevadas taxas de cura da LLA infantil com protocolos modernos, a recidiva ainda representa um importante obstáculo terapêutico. O nosso estudo conseguiu atingir taxa de recidiva de 8%, abaixo das taxas dos principais grupos internacionais. A maior taxa de recidiva entre os casos de LLA-T (11,3%) e a menor sobrevida livre de eventos (33,3%) nesse grupo corroboram dados da literatura que apontam este subtipo como de pior prognóstico. A categorização temporal revelou o impacto do tempo até a recidiva, com SG de 85,7% nas recaídas tardias e apenas 34,1% nas muito precoces. Destaca-se, no entanto, a taxa de sobrevida global de 50% nos pacientes com recidiva precoce, resultado expressivo frente aos dados da literatura, que tradicionalmente apontam taxas inferiores a 40% nesse grupo. Os dados do estudo reforçam a relevância da estratificação de risco e a necessidade de incorporação de terapias modernas, como imunoterapia e CAR-T cells no manejo das recidivas. A recidiva da LLA permanece um desafio terapêutico. A taxa de recidiva de 8% está de acordo com a literatura e a SG de 50% observada nos pacientes com recidiva precoce neste estudo representa um resultado promissor.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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