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Informação da revista
Vol. 42. Núm. S2.
Páginas 435 (novembro 2020)
Vol. 42. Núm. S2.
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729
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INTERFERÊNCIA DE MACROPLAQUETAS NOS VALORES REAIS NA AUTOMAÇÃO, RELATO DE CASO
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M.A.F. Chaves, B. Silva, S.L. Utzig, B.M. Klauck, N.A. Hora, F. Rigon, L.F. Corbari, M.F. Barros, J. Plewka
Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE), Cascavel, PR, Brazil
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Objetivo: Investigar alterações hematológicas em um caso clínico de bicitopenia crônica em uma gestante. Metodologia: Para este relato foram coletados os dados do prontuário eletrônico Tasy®, referentes ao período de internação e acompanhamento da paciente. Relato de caso: Caracteriza-se caso de paciente mulher de 33 anos de idade, residente no município de Cascavel-PR, não etilista, não tabagista, encaminhada de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) da cidade ao hospital de referência para internamento por quadro de bicitopênia (anemia + plaquetopenia), advinda com suposto diagnostico feito por hematologista de paciente com Doença de Bernard Soulier, Doença de Von Willebrand ou PTI (Trombocitopenia Imune Primária). Aos 6 anos de idade a paciente refere-se à primeira transfusão (não soube especificar conteúdo), sendo que posteriormente seguiu com transfusões em episódios de exacerbações, sendo medicada com corticoterapia, porém, refratária ao tratamento. Apresenta histórico familiar de discrasia sanguínea (irmão gêmeo falecido por complicação hemorrágica pós traumática), filha de pais consanguíneos (pais primos). Exames laboratoriais: Plaquetometria de 34.000 mm3 com macroplaquetas 1+, Anisocitose Plaquetária 1+, além de alterações eritrocitárias como Anisocitose 1+, Microcitose 2+, Poiquilocitose 1+, Codócitos 1+, Hipocromia 1+, Hemoglobina de 10,2 g/dL, VCM 71,7 fL, RDW 15,5%, leucograma sem particularidades, sorologias para HIV, toxoplasmose e sífilis, foram não reagentes. Discussão: Atualmente a contagem de plaquetas geralmente é feita por aparelhos eletrônicos, porém não se descartou o uso do microscópio. A maioria dos aparelhos automatizados conta e mede as plaquetas pelo princípio Coulter, no mesmo canal de contagem dos eritrócitos, tendo como diferença entre ambos apenas o limiar de volume, normalmente plaquetas são menores do que 20 fL e já os eritrócitos são maiores do que 30 fL. A presença de plaquetas gigantes, que em algumas trombocitopatias genéticas podem chegar a 35–40 fL, exigindo o retorno ao método de contagem manual. No método indireto, as plaquetas são contadas junto com as hemácias, ou seja, no mesmo esfregaço onde posteriormente calcula-se os valores de plaquetas. Com a correção dos valores de plaquetas da paciente, verificou-se uma pseudotrombocitopenia, pois observou-se um grande número de plaquetas gigantes e macroplaquetas. Após a contagem manual (soma das plaquetas de 10 campos na objetiva de imerção e multiplicado por 13.800), comprovou-se uma falsa plaquetopenia causada pela diferença limiar de volume do aparelho automático, sendo contado como leucócitos. Conclusão: No presente estudo, pode-se observar a grande importância do analista clínico na interpretação dos resultados obtidos na automação com a visualização no microscópio, tendo-se como essencial a confecção das lâminas, levando assim a um diagnóstico correto e essencial para evitar erros analíticos.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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