Descrever a importância da integração dos cuidados paliativos no acompanhamento de pacientes com leucemia mieloide aguda (LMA).

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada com artigos publicados nas bases de dados da PubMed e Medline, publicados entre 2019 e 2023, utilizando os descritores “leucemia”, “leucemia mieloide aguda” e “cuidados paliativos”.

A LMA está relacionada a uma sobrevida relativamente baixa, com altas taxas de mortalidade. Os pacientes com LMA enfrentam desafios significativos relacionados aos sintomas físicos, sentimentos de desesperança/desamparo, restrição de atividades e incertezas quanto ao prognóstico. Nessa perspectiva, os cuidados paliativos buscam promover a qualidade de vida dos pacientes e seus familiares, avaliando e tratando sintomas de ordem física, mental, social e espiritual. Evidências apontam que a integração de cuidados paliativos no tratamento de pacientes com LMA proporciona melhor gerenciamento dos sintomas, facilitação no enfrentamento da doença e melhora na qualidade de vida do paciente.

Os cuidados paliativos reúnem habilidades de uma equipe multiprofissional para auxiliar o paciente a adaptar-se as mudanças impostas pela neoplasia, afirmando a vida e encarando a morte como um processo natural. Abordagens paliativas integradas precocemente ao tratamento da LMA, desde a terapia ativa à intenção curativa, melhoram as experiências dos pacientes, quando comparadas àqueles que não receberam paliação. Estudos apontam que essa abordagem prévia em pacientes hospitalizados para transplante de células-tronco produz melhora nos sintomas, na qualidade de vida e no humor dos pacientes. Contudo, pacientes com LMA usam serviços de cuidados paliativos com menor frequência do que aqueles com tumores sólidos, mesmo que esses pacientes possuam sintomas tão graves quanto aqueles com neoplasias sólidas.

Dessa forma, a incorporação precoce dos cuidados paliativos no acompanhamento de pacientes com LMA surge como uma fonte de cuidado integral e humanitário para os pacientes e seus familiares. Contudo, a subutilização desse modelo se caracteriza como um dos principais desafios para sua implementação, sendo necessárias estratégias inovadoras para integração entre onco-hematologia e cuidados paliativos.