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Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
Vol. 47. Núm. S3.
HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo
(Outubro 2025)
ID - 1504
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INSUFICIÊNCIA ADRENAL SECUNDÁRIA EM UM PACIENTE COM LINFOMA DE HODGKIN EM USO DE PEMBROLIZUMAB
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CP Manzaneda Castillo, T Soares, J Martins, J Plentz Portich, J Bayona Gazabon, G de Lima, M Pinto Pereira, JP Moreira Dias da Silva, LM da Rocha Silla, C Caceres Astigarraga
Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Porto Alegre, RS, Brasil
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Vol. 47. Núm S3

HEMO 2025 / III Simpósio Brasileiro de Citometria de Fluxo

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Introdução

O Linfoma de Hodgkin (LH) é uma doença com alto potencial de cura, aproximadamente 80%. No caso da doença refratária/recidivada, novas drogas vem sendo aplicadas ao tratamento, entre elas os inibidores de checkpoint imune (ICIs), como Pembrolizumab e Nivolumab, especialmente em pacientes inelegíveis ao transplante autólogo de medula óssea. Recentemente, estudos vêm mostrando potencial de uso dos ICIs em primeira linha, em associação com quimioterapia. Alguns efeitos adversos relacionados ao uso dos ICIs vem ganhando notoriedade, dentre eles, efeitos endocrinológicos como a insuficiência adrenal (IA). Os ICIs, ao restaurarem a atividade imune antitumoral, também podem desencadear eventos imunomediados que afetam múltiplos órgãos. O objetivo deste trabalho é apresentar um caso de efeito adverso raro secundário ao Pembrolizumab, cujo uso vem se tornado cada vez mais comum na prática da onco-hematologia.

Descrição do caso

Paciente masculino, 73 anos, foi diagnosticado em 2021 com LH clássico, subtipo celularidade mista, estadiamento IB, precoce desfavorável. Foi tratado com ABVD seguido de radioterapia, com resposta completa. Em 2024, apresentou recaída e iniciou GemOx, interrompido após 2 ciclos por toxicidade. Foi iniciado, então, Pembrolizumab. Após 6 ciclos, iniciou com quadro de fadiga, astenia e perda ponderal. A suspeita de IA foi aventada, e confirmada com dosagem de cortisol matinal de 1 ng/dL (VR 3,7-19,4) e ACTH de 18,9 pg/mL (VR <46), ou seja, inadequadamente normal. Iniciou-se prednisona 5 mg/dia, mas após 2 semanas o paciente evoluiu com hipotensão leve, sendo internado para melhor manejo. Recebeu alta hospitalar com prednisona 15 mg/dia, com melhora clínica significativa, e após estabilização, retomou o tratamento com o ICI.

Conclusão

O diagnóstico de IA secundária foi feito durante a internação com o auxílio da equipe da endocrinologia. De acordo com a literatura, o mecanismo de desenvolvimento desta condição é secundário à hipofisite, cursando frequentemente com alterações em outros eixos hormonais, mas que não estavam presentes no caso do paciente. Os sintomas geralmente se manifestam até 6 meses após início dos ICIs anti-PD1, mas podem surgir em qualquer momento do tratamento. A incidência de IA é menor que a de tireoidopatias associadas aos ICIs, mas exige vigilância clínica e laboratorial. O diagnóstico precoce e reposição hormonal adequada são essenciais para evitar complicações graves. O manejo inclui suspensão temporária do ICI nos casos moderados a graves, uso de corticosteroides em doses imunossupressoras na hipofisite aguda e reposição hormonal conforme a necessidade, frequentemente ad eternum. O paciente apresentou boa tolerância à retomada do ICI com uso crônico de corticoide. Este caso reforça a importância do reconhecimento precoce de efeitos adversos imunomediados graves, que vem se tornando mais frequentes com o uso crescente dos ICIs na onco- hematologia.

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Hematology, Transfusion and Cell Therapy
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