Compartilhar
Informação da revista
Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S196 (Outubro 2022)
Compartilhar
Compartilhar
Baixar PDF
Mais opções do artigo
Vol. 44. Núm. S2.
Páginas S196 (Outubro 2022)
Open Access
INFILTRAÇÃO MEDULAR POR LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA (LMA) E TUMOR SÓLIDO (TS) METASTÁTICO: RELATO DE CASO
Visitas
447
TMD Gese, ABM May, AM Pires, FFL Queiroz, IPD Santos, M Higashi, ER Mattos, MM Garcia, IMRM Campoó
Hospital Amaral Carvalho, Jaú, SP, Brasil
Este item recebeu

Under a Creative Commons license
Informação do artigo
Suplemento especial
Este artigo faz parte de:
Vol. 44. Núm S2
Mais dados
Objetivo

Descrever um caso com duas neoplasias concomitantes infiltrando medula óssea (MO), sendo uma delas hematológica e outra, TS.

Material e métodos

Relato de caso por meio de coleta de dados de prontuário de paciente acompanhado no HAC.

Resultados

Paciente 67 anos, masculino, tabagista (100 anos/maço), ex-etilista, história de inalação de tintas com benzeno (pintor de carros por 30 anos), com astenia e anemia há 4 meses, associado a perda de 25kg. Procurou atendimento em março/22 com diagnóstico de COVID-19 e necessidade de internação hospitalar. Evoluiu com bicitopenia sendo transferido ao HAC para investigação. Ao exame físico: ECOG 3. Hemograma: bicitopenia (Hb 5.8 mg/dL; plaquetas 40000/mm3; leucócitos 13000/mm3; 69% blastos). TC: derrame pleural à direita; raros micronódulos pulmonares; enfisema pulmonar difuso acentuado com áreas de fibrose associadas; linfonodomegalias mediastinais e hilares, lesões osteolíticas esparsas. Mielograma: dispoese das três linhagens, com 24% de células blásticas, além de grumos de células não-hematológicas (TS). Em Citometria de Fluxo (Euroflow): 16% de mieloblastos patológicos, expressando CD7, CD13, CD33, CD34, CD38, CD44, CD71, CD97, CD123. Citogenética: 47,XY,+8. Não foi realizada avaliação molecular. Biópsia de MO: infiltração maciça da medula óssea por tumor sólido. Imunohistoquímica com positividade para: CK7 e TTF-1 e negatividade para: CK20, PSA, PAX-8, CD10, CDX-2, GATA-3. Diagnóstico final: infiltração da MO por adenocarcinoma, favorecido sítio pulmonar, e em área residual, infiltração por Leucemia mieloide aguda, com alteração citogenética associada a mielodisplasia (ELN 2022). Como tratava-se de idoso frágil, sem possibilidade de tratamento intensivo das doenças leucêmica e oncológica, proposto tratamento paliativo exclusivo, com medidas de suporte. Paciente faleceu após 2 meses do diagnóstico.

Discussão

A associação de LMA com TS não é rara. O risco de um paciente previamente tratado para TS desenvolver LMA pode ser até 10 vezes maior que a população normal. Relatos de casos de TS recidivados em MO e LMA concomitantes foram descritos, com desfechos sombrios. Contudo, não há na literatura a descrição de LMA de novo com TS infiltrando MO concomitantes ao diagnóstico. Estudo chinês de 2020, analisou 12 casos de LMA associada a TS primário sincrônicos, sendo: 3 etiologia pulmonar, 1 mama, 1 mola, e 7 com neoplasia de TGI. O intervalo de tempo mediano para o diagnóstico das duas neoplasias foi de 4 meses. O tratamento da LMA foi realizado com quimioterapia (QT) de alta intensidade ou agente hipometilante. A sobrevida global mediana foi de 12.5 meses (porém somente 4/12 tinham TS avançado). Um estudo americano em 2009 analisou 5 pacientes com LMA e tumor de pulmão (2 com doença avançada) sincrônicos. Todos foram tratados com QT de alta intensidade, e a sobrevida média foi de 5 meses (3-21).

Conclusão

Este é o primeiro relato de caso de LMA e TS metastático infiltrando MO concomitantemente ao diagnóstico. A LMA deve ser tratada prioritariamente por ser doença altamente agressiva, levando-se em conta as condições clínicas do paciente, com avaliação individual. E mesmo com tratamento intensivo, o prognóstico é reservado.

O texto completo está disponível em PDF
Idiomas
Hematology, Transfusion and Cell Therapy
Opções de artigo
Ferramentas