A Sphingomonas paucimobilis (cepa ATCC 29837) é um Bacilo Gram-Negativo Não Fermentador (BGNNF) oportunista, única espécie do gênero com relevância clínica. Geralmente, apresenta baixa virulência. As unidades hemato-oncológicas têm as maiores taxas de infecções nosocomiais, devido aos tratamentos intensivos e imunossupressão severa. Dentre as condições mais associadas a infecção, bacteremia e septicemia são as mais comuns. A taxa de mortalidade associada às complicações é de 5,5%.

Descrever um relato de caso de infecção por S. paucimobilis em paciente portadora de Mieloma Múltiplo de Cadeia Leve (LCMM) sujeita a Transplante autólogo de Células-Tronco Hematopoiéticas (TCTH).

E.M.P., sexo feminino, 56 anos, portadora de Mieloma Múltiplo de Cadeia Leve (LCMM) kappa [R-ISS = 2, ISS = 2, DS = 1] submetida a TCTH em condicionamento com melfalano 200 mg/m2 (MEL200). Evoluiu do transplante com mucosite oral, febre e colite neutropênica necessitando de intervenção com antimicrobianos. Já estava em uso de antifúngicos profiláticos. Iniciou-se a terapêutica com cefepima, porém houve persistência da febre e decidiu-se escalonar o tratamento para meropenem e anidulafungina. Bactérias S. paucimobilis foram encontradas em hemocultura e o tratamento com carbapenêmicos foi mantido até melhora clínica.

Apesar da baixa virulência, a S. paucimobilis pode infectar tanto indivíduos saudáveis quanto imunocomprometidos e levar ao choque séptico. Logo, encorajamos vigilância ambiental, avaliação de dispositivos invasivos, cultura e terapia antimicrobiana apropriada especialmente em pacientes neutropênicos e com comorbidades. Incluindo aqueles submetidos a TCTH.